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TIPOS DE COLÁGENO E SEUS BENEFÍCIOS

Por Isabella Brescia

O colágeno é a proteína mais abundante no organismo humano, representa em média 35% das proteínas do corpo. Responsável por promover estrutura, firmeza e elasticidade dos tecidos conectivos como pele, cartilagens, tendões e ossos, é de grande importância para a saúde da matriz de nossas células, favorecendo a saúde e funcionalidade de tecidos corporais.

O colágeno é produzido de maneira natural pelo corpo, mas com o passar dos anos, a capacidade do organismo de se reabastecer naturalmente diminui cerca de 1,5% ao ano. Buscar alimentos que sejam ricos em proteínas e micronutrientes específicos é importante, pois durante o processo de digestão desses alimentos, seus componentes são absorvidos pelo organismo e utilizados na produção do colágeno do qual está precisando.

As matérias-primas necessárias para a síntese do colágeno são:

  • Boas fontes proteicas (aminoácidos): proteínas animais e vegetais
  • Vitamina C: frutas cítricas, berries, folhas verdes;
  • Vitamina A: vísceras, gema de ovo, leite integral, alimentos amarelo (manga, mamão, caju, cenoura, milho, abóbora moranga), vegetais verde escuro (couve, mostarda, espinafre, brócolis, folhas de beterraba e cenoura, chicória, alface e agrião);
  • Selênio: castanhas de modo geral, com destaque para a castanha do Pará, trigo integral, ovos;
  • Zinco: castanhas, frutos do mar, leguminosas;
  • Cobre: frutos do mar, gérmen de trigo, castanhas, carne vermelha e outros;

Já foram identificados quase 30 tipos distintos de colágeno, mas apenas quatro são realmente conhecidos e estudados:

Colágeno tipo I ou hidrolisado

Esse é um dos tipos de colágenos mais conhecidos e também é o mais abundante em nosso organismo. Encontrado em ossos, dentes, tendões e pele, se apresenta sob uma forma de fibras grossas, sendo o tipo mais resistente a tensões de diferentes naturezas. É uma molécula bem menor e que possui uma absorção facilitada, principalmente na forma de peptídeos de colágeno, como é mais encontrado hoje.

Na forma de suplemento, geralmente a proteína é extraída de bovinos (pele, couro, cartilagens e até dos ossos).

O suplemento pode ser recomendado para:

  • Melhorar a firmeza e elasticidade da pele;
  • Combater a flacidez e prevenir o aparecimento de estrias;
  • Fortalecer as articulações;
  • Fortalecer as unhas e o cabelo;
  • Melhorar o tratamento da osteoporose.

A sugestão média de consumo é de 8 a 10g dia.

Colágeno tipo II

O colágeno tipo II é encontrado principalmente nas cartilagens e se associa a outras células da matriz extracelular. Não desnaturado e não hidrolisado, ou seja, com sua estrutura intacta necessária à sua atividade no organismo. Por ser hidrofílico, ou seja, ter capacidade de se ligar com a água, ele funciona como uma esponja, cedendo água quando é pressionado e voltando à sua forma original quando a pressão diminui.

De maneira popular, podemos dizer que o colágeno do tipo II age como uma mola, o que permite suportar pesos e ainda gerar impulsos, como é o caso da articulação dos joelhos.

 A sugestão de consumo é de 40mg.

Seu consumo é sugerido para:

  • Melhorar a saúde das articulações;
  • Diminuir a dor e melhorar a mobilidade;

Colágeno tipo III

Esse tipo de colágeno é muito encontrado em vasos sanguíneos de calibres mais grossos, como é o caso das artérias. Além disso, o colágeno do tipo III está presente em musculaturas lisas, como a do intestino e do útero, e em órgãos específicos, como rins, baço e fígado.

As fibras desse tipo específico de colágeno apresentam elasticidade para servir como um amortecedor natural visando sustentação e proteção aos nossos órgãos internos.

Colágeno tipo IV

O colágeno do tipo IV é formado por moléculas que não se associam em fibras, mas se prendem umas às outras por meio de suas extremidades, formando assim uma rede semelhante a uma tela de arame ou uma teia de aranha. Ao se associar dessa maneira, promovem força e saúde à matriz de basicamente todas as células do nosso corpo.

colágeno hoje é um dos suplementos mais buscados e consumidos, mas ainda gera algumas dúvidas, principalmente em relação a sua origem. Então para reforçar, colágeno é uma proteína de origem animal, não existindo no reino vegetal. Para produção dos suplementos, bovinos, frango e peixe são as principais fontes.

Também já é possível encontrar os chamados precursores de colágeno, que são suplementos formados por diversos nutrientes que irão estimular a produção do colágeno diretamente pelo organismo. Na sua composição encontram-se aminoácidos, vitaminas, minerais e antioxidantes que serão usados como base para o organismo produzir essa proteína de forma natural.

O que vale sempre destacar é que para melhores resultados é sempre importante manter uma alimentação saudável, a prática regular de atividade física e uma boa hidratação, assim como um acompanhamento com um Nutricionista para recomendações e prescrições individualizadas.

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SUPLEMENTAÇÃO COM COLÁGENO EM DOENÇAS ÓSSEAS

Por Isabella Brescia

O organismo humano passa por diversas fases: a infância, a puberdade, a maturidade ou estabilização e o envelhecimento. O envelhecimento é marcado por várias mudanças já a partir da segunda década de vida. No início, essas mudanças são pouco perceptíveis, porém, ao final da terceira década apresenta alterações funcionais e/ou estruturais importantes que resultam da interação de fatores genéticos, ambientais e estilo de vida.

A osteoporose (OP) constitui na enfermidade do esqueleto uma causa multifatorial, caracterizada pela redução de massa óssea e deterioração da integridade anatômica e estrutural do osso, levando ao aumento da fragilidade óssea e suscetibilidade a fraturas. O grupo mais afetado pela OP são as mulheres idosas cuja diminuição da produção de estrógeno após a menopausa acelera a perda óssea.

As doenças degenerativas articulares evoluem lentamente ao longo de décadas com episódios de dor até chegar à perda de função da articulação.  Quando a atividade de regeneração não é superior a uma degradação em ritmo acelerado, leva a um estado de insuficiência osteo cartilaginosa. Até o momento não há cura e os tratamentos disponíveis, farmacológicos e não farmacológicos, atuam na redução dos sintomas, principalmente dor, inflamação e imobilidade.

A cartilagem articular hialina é um tecido avascular, altamente especializado, que recobre a superfície das articulações constituído por 5% de células, os condrócitos, água, proteoglicanos (sulfato de condroitina e o querato sulfato) colágeno e outras proteínas. A água representa cerca de 65% a 85% do peso seco do tecido, enquanto as principais macromoléculas, como o colágeno e os proteoglicanos, representam cerca de 10% a 30% do peso seco do tecido, respectivamente.

A composição e a complexa organização estrutural entre o colágeno e os proteoglicanos garantem as propriedades inerentes à cartilagem articular, como resistência, elasticidade e compressibilidade, necessárias para dissipar e amortecer as forças, além de reduzir a fricção, a que as articulações estão sujeitas, sem muito gasto de energia. Portanto, a integridade dos componentes da cartilagem articular é essencial para garantir a função normal das articulações.

O colágeno é o principal elemento estrutural que confere resistência ao tecido; sabe-se que além da função de suporte, participa na diferenciação, adesão, migração e proliferação celular. A cartilagem articular é composta primariamente de colágeno tipo II, com pelo menos dez colágenos adicionais, incluindo os tipos III, VI, IX, X, XI e XIII, presentes como menores constituintes.

A molécula de colágeno é composta basicamente por uma sequência repetida de três aminoácidos (Gly-X-Y), em que Gly é o aminoácido glicina; X, quase sempre é prolina e Y, hidroxiprolina ou hidroxilisina. Em geral, o colágeno contém cerca de 30% de glicina, 12% de prolina, 11% de alanina, 10% de hidroxiprolina e 1% de hidroxilisina. Do ponto de vista nutricional, o colágeno é considerado uma proteína de qualidade inferior, pois há predominância dos aminoácidos descritos e quantidade mínima ou ausente da maioria dos aminoácidos essenciais, como triptofano, metionina, cistina e tirosina.Apesar disso, sua importância nutricional torna-se estabelecida por seu perfil atípico de aminoácidos que estimula a síntese de colágeno nas cartilagens e na matriz extracelular de outros tecidos.

O colágeno, assim como as demais proteínas ingeridas, não é absorvido como colágeno. A maior parte da digestão proteica, cerca de 80%, ocorre no duodeno e jejuno pela ação do suco pancreático e apenas 10-20% no estômago pela ação do ácido clorídrico e da pepsina. No intestino delgado ocorre a hidrólise luminal de proteínas e polipeptídios em aminoácidos (AA) livres e pequenos peptídeos pela ação da enteropeptidase, que, em pH neutro, ativa o tripsinogênio e a tripsina, que, por sua vez, promove a ativação das outras propeptidases do suco pancreático. Os AA e pequenos peptídeos são hidrolisados pelas peptidases da borda em escova a AA, di e tripeptideos, que são absorvidos principalmente pelo jejuno proximal por difusão simples, difusão facilitada ou transferência ativa por co-transporte. Os AA são destinados a inúmeras funções, inclusive para a síntese do próprio colágeno.

No tecido conjuntivo, o colágeno tipo I é o mais abundante e a partir dele são obtidos o colágeno parcialmente hidrolisado (gelatina) e o colágeno hidrolisado. A diferença entre o colágeno hidrolisado e a gelatina é que o colágeno hidrolisado é de fácil digestão e absorção,  e apresenta prevalência da glicina e prolina em sua composição. Esses aminoácidos são essenciais para a estabilidade e a regeneração das cartilagens.

O efeito positivo da proteína com a constituição óssea está relacionado à composição, ou seja, 50% do osso é formado por colágeno e a outra metade, por cálcio. Portanto, uma dieta inadequada, não apenas em cálcio, mas também em proteína limitaria a reconstrução óssea.

Algumas pesquisas destacam um conceito de causa diferente à do envelhecimento para as osteoartrites (OA), cuja proposta terapêutica deve abranger todos os aspectos da doença. A patogênese da OA resulta de fatores inflamatórios e mecânicos: inflamatória, em respostas mediadas por condrócitos e sinovióticos; mecânica, associada ao movimento e força física concentrada principalmente nas articulações. A OA seria o resultado da inflamação da articulação na tentativa de corrigir o estresse mecânico anormal. As respostas inflamatórias são maiores em pacientes com OA e aumentadas no envelhecimento, enquanto os mecânicos compõem uma combinação de fatores entre fisiológicos e genéticos, e em ambos a obesidade seria fator agravante. A obesidade eleva a carga sobre a articulação e ativa produção de adipocinas pró-inflamatórias em receptores presentes na superfície dos condrócitos, osteoblastos, membrana sinovial e subcondral.

Existe um consenso de que os efeitos promovidos pela ingestão de peptídeos de colágeno estão relacionados à sua forma hidrolisada. Para os autores, a suplementação alimentar e a farmacológica de CH são justificadas porque apresentam funções biológicas benéficas muito além da redução da dor em pacientes com OA. Além de estarem envolvidos na síntese de matriz de cartilagem, alguns peptídeos de colágeno exibem atividade anti-hipertensiva e cardioprotetora, por meio da regulação do óxido nítrico e da molécula de adesão intercelular e inibição da enzima conversora de angiotensina I, além de atividades antioxidantes em diferentes sistemas oxidativos.

Tanto o envelhecimento quanto a má alimentação podem afetar a demanda de colágeno no corpo. Essas alterações não são perceptíveis nos primeiros estágios da vida, mas vão ficando evidentes na maturidade, fase na qual a ingesta alimentar não supre as necessidades recomendadas tanto de energia, quanto de macro e micronutrientes.Também nessa fase as possibilidades de desenvolver disfunções ósseas e articulares são maiores. Nutrição balanceada é essencial não só para prevenir doenças crônicas, mas também para manter a saúde do corpo e garantir seu funcionamento adequado.

O colágeno hidrolisado tem função terapêutica positiva na osteoporose e osteoartrite, com potencial aumento da densidade mineral óssea, efeito protetor da cartilagem articular e principalmente no alívio sintomático em quadros de dor. Embora não exista na literatura científica pesquisada consenso sobre a dosagem de colágeno hidrolisado a ser administrada, com a suplementação de 8g diária observa-se aumento da concentração de glicina e prolina no plasma e doses equivalentes a 12g diária promovem melhora significativa nos sintomas de osteoartrite e osteoporose. Entretanto, mais estudos são necessários para determinar os fatores patogênicos envolvidos na osteoporose e osteoartrite, seu diagnóstico precoce, e a partir de que estágio da vida seria recomendado o início da suplementação e a dosagem adequada para alcançar significativo potencial terapêutico.

Referência bibliográfica

PORFÍRIO, Elisângela; FANARO, Gustavo Bernardes. Suplementação com colágeno como terapia complementar na prevenção e tratamento de osteoporose e osteoartrite: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 19, p. 153-164, 2016.

VELOSA, Ana Paula P.; TEODORO, Walcy R.; YOSHINARI, Natalino H. Colágeno na cartilagem osteoartrótica. Revista Brasileira de Reumatologia, v. 43, n. 3, p. 160-166, 2003.

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COLÁGENO HIDROLISADO E SEUS BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE

Por Isabella Brescia

O colágeno é uma proteína de origem animal, cuja função no organismo é contribuir com a integridade estrutural dos tecidos em que está presente. O colágeno é encontrado nos tecidos conjuntivos do corpo, tais como os ossos, tendões, cartilagens, veias, pele, dentes, bem como nos músculos e na camada córnea dos olhos. Porém, com o início da fase adulta, a deficiência de colágeno começa a ser notada, pois o organismo diminui sua produção.

O colágeno tem sua produção em queda após aos 30 anos, conforme essa diminuição na produção de colágeno ocorre no organismo, é preciso aumentar a ingestão de proteínas para aumentar a síntese de colágeno. As proteínas são nutrientes extremamente importantes para o corpo, desde o DNA até as estruturas da pele, músculos e os órgãos. Por conta dessa alta demanda, o organismo passa a dar menos prioridade para as estruturas como unhas, cabelos, pele e passa a dar mais prioridade ossos, músculos, órgãos e tecidos. Dessa forma a ingestão alimentar, as vezes, se torna insuficiente e por isso a suplementação em alguns casos é necessária para aumentar o aporte de colágeno.

O colágeno representa 30% de todas as proteínas do organismo. Todo o processo de cicatrização necessita do colágeno. Pela diminuição na síntese de colágeno, é perceptível o aumento de rugas, enfraquecimento ósseo, queda de cabelo, unhas quebradiças e processos mais patológicos que necessitam de suplementação. Existem diversos tipos de colágeno, são conhecidos 29 tipos que se diferenciam pela composição de aminoácidos, nos arranjos, no diâmetro e na localização dos tecidos.

Os tipos de colágeno são:

  • Tipo I: é o tipo mais abundante dos colágenos, representa aproximadamente 90% de todo o colágeno corporal. Encontrado em: tendões, na derme, ossos e dentes.
  • Tipo II: é encontrado na cartilagem das articulações e discos intervertebrais, diminuindo o atrito causado nas articulações, gerando uma proteção.
  • Tipo III: é o segundo mais abundante, presente nos músculos lisos tais como vasos sanguíneos, estômago, intestinos, baço, fígado, rins, pulmões e coração.
  • Tipo IV: esse tipo tem função de sustentação e revestimento, presente principalmente no tecido epitelial. Encontrado na pele, no revestimento estomacal, na bexiga, na uretra, nas paredes da cavidade torácica, em glândulas endócrinas, como a tireoide.

O predomínio de aminoácidos como glicina, prolina, lisina, hidroxiprolina, hidroxilisina e alanina, e a ausência da maioria dos aminoácidos essenciais como o triptofano, faz com que o colágeno seja considerado uma fonte proteica pobre para a dieta humana. Por outro lado, o colágeno é um exemplo claro do relacionamento da estrutura proteica e a função biológica, pois fornece resistência e elasticidade nas estruturas anatômicas na qual está presente. Assim, a falta de aminoácidos essenciais do colágeno não o torna inutilizável, pois suas frações apresentam um importante papel na dieta humana por se comportarem como fibra solúvel e por constituírem uma fonte de proteína animal.

Um avanço na medicina nutricional é a prevenção e o tratamento das disfunções gastrointestinais pelo consumo de fibras dietéticas, uma vez que esses compostos mantêm o funcionamento normal do trato gastrointestinal, aumentando o volume do conteúdo intestinal e das fezes, o que reduz o tempo de transição intestinal e ajuda a prevenir a constipação. Sua presença nos alimentos induz à saciedade no momento das refeições. Alguns estudos demonstram como o colágeno, e particularmente suas frações, obtidas por uma variedade de técnicas, provou ser mais eficiente do que as fibras de origem vegetal – como, por exemplo, na absorção de água e gelificação, promovendo sensação de saciedade e aumento do bolo fecal.

Além dos benefícios antienvelhecimento o colágeno hidrolisado auxilia no processo de cicatrização, no funcionamento intestinal e no controle da sarcopenia.

O colágeno hidrolisado é uma excelente fonte de aminoácidos de boa tolerância, digestibilidade e biodisponibilidade. A ingestão de 10 a 20 gramas diariamente estimula e facilita a síntese do colágeno tecidual e, portanto, ajuda a melhorar a regeneração dos tecidos colágenos, prevenindo e tratando doenças degenerativas que os afetam e também deterioração dérmica.

Devido à sua funcionalidade para a saúde, os grupos populacionais para os quais a suplementação está particularmente indicada são aqueles que estão mais em risco de deterioração (ou já sofrem dele) dos tecidos colágenos, seja devido à idade (em geral, a partir dos 40 anos), uso excessivo (esporte e atividade física intensa) ou outras circunstâncias como sobrepeso, menopausa, trauma, queimaduras, intervenções cirúrgicas, implantes dérmicos ou dentários e tratamentos oncológicos agressivos.

Referência bibliográfica

BLANC, Gisely. Efetividade da terapia nutricional enteral no processo de cicatrização das úlceras por pressão. Tese de doutorado da Universidade Federal do Paraná, 2013.

DE LA HOZ, Jaime Escalada. REVISIÓN DE LOS EFECTOS DEL COLÁGENO. Nutr Hosp, v. 32, n. Supl 1, p. 62-66, 2015.

Silva TF, Penna ALB. Colágeno: Características químicas e propriedades funcionais. Rev Inst Adolfo Lutz. São Paulo, 2012; 71(3):530-9