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GLUTAMINA E INTESTINO

Por Isabella Brescia

A glutamina é o aminoácido livre mais abundante no plasma e nos músculos, e de fundamental importância no funcionamento homeostático de inúmeros tecidos, principalmente do sistema imune e intestinal. Nos últimos anos inúmeras pesquisas demostram os benefícios da glutamina na saúde intestinal e imunológica de humanos e animais, como o principal substrato energético do enterócito sendo oxidada no ciclo de Krebs e gerando ATP, substrato importante para rápida renovação celular das células intestinais.
A glutamina tem sido descrita como um aminoácido essencial ao organismo em situações que levam a um intenso catabolismo, tais como grandes cirurgias, grandes queimaduras, septicemia e inflamações. Estas situações são caracterizadas pelo balanço nitrogenado negativo com elevação das taxas de degradação proteica muscular, o que provoca alterações importantes no fluxo de glutamina entre os tecidos, com aumento no consumo deste aminoácido por parte do trato gastrintestinal, de células do sistema imune e dos rins. As necessidades desses tecidos podem exceder a capacidade de síntese no músculo esquelético e uma consequência imediata é a redução no seu conteúdo intracelular. Em seguida, com a escassez das reservas, as concentrações plasmáticas diminuem e um estado de deficiência se instala.
As alterações descritas anteriormente poderiam ser amenizadas pelo fornecimento exógeno deste nutriente. Em estados catabólicos, é necessário consumir entre 20g e 40g de glutamina por dia. A quantidade obtida da dieta é inferior a 10 g, considerando que as proteínas alimentares contêm cerca de 4% a 8 % de glutamina e a produzida diariamente nos músculos é de 9g a 13g.
Diversos trabalhos publicados recentemente com animais e humanos demonstraram que a administração de glutamina exógena, através de formas estáveis e disponíveis comercialmente, favorece a proliferação de células do trato gastrintestinal e é importante para a manutenção da resposta imunológica do hospedeiro, além de atenuar a proteólise e melhorar o balanço nitrogenado. Por essa razão, a glutamina tem sido considerada um agente coadjuvante importante no tratamento de enfermidades que levam a estados hiper metabólicos. Pacientes com Aids, por exemplo, podem beneficiar-se com a melhora da função imune, a manutenção da integridade da mucosa intestinal e o balanço de nitrogênio, minimizando os efeitos catabólicos da caquexia. Por outro lado, os efeitos da glutamina sobre o sistema imune e na barreira intestinal são importantes para a prevenção da septicemia.
A nutrição e a funcionalidade intestinal estão intimamente relacionadas. O principal papel do intestino é digerir e absorver os nutrientes. Consequentemente, enfermidades gastrintestinais resultam em má nutrição e em aumento da mortalidade e da morbidade. Por exemplo, vários estudos demonstraram que entre 50 e 70 % dos pacientes adultos com doença de Crohn, inflamação crônica do intestino delgado de etiologia ainda desconhecida, ficam abaixo do peso normal e 80 % destes ficam anêmicos. Por outro lado, a desnutrição corporal crônica debilita a digestão e absorção porque os alimentos e nutrientes, além de serem importantes para o desenvolvimento do intestino, também fornecem as moléculas necessárias para a síntese de enzimas digestivas e células absortivas. A ausência de alimento resulta em atrofia da mucosa intestinal, diminuição da produção de enzimas digestivas, estase intestinal (perda de fluido intestinal) e aumento da população bacteriana. A combinação desses fatores prejudica a integridade da barreira intestinal, aumentando o risco de translocação bacteriana, colestase (interrupção no fluxo de bile), formação de cálculo biliar, disfunção hepática, má absorção de nutrientes e diarreia.
As células epiteliais da mucosa colônica utilizam como fonte energética primária, ácidos graxos de cadeia curta, principalmente os ácidos acético, propiônico e butírico. Esses são formados pela fermentação bacteriana anaeróbia de fibras residuais contidas no bolo fecal. Em segmentos derivados do cólon, a ausência do bolo fecal impede essa formação e sua conseqüente absorção e utilização pelas células epiteliais. Nessa situação, a glutamina, que é um substrato energético secundário para essas células, passa a ser primordial, podendo ser utilizada preferencialmente à glicose como fonte energética. Estudos experimentais recentes têm demonstrado que a glutamina pode ser um elemento com atividade energética e trófica importante para o intestino submetido a situações de estresse.
Referência Bibliográfica
HIGASHI, Leonardo et al. Suplementação de glutamina na permeabilidade intestinal relacionada com a atividade física. RBNE-Revista Brasileira De Nutrição Esportiva, v. 14, n. 84, p. 1-14, 2020.
LOPES-PAULO-TSBCP, FRANCISCO. Efeitos da glutamina sobre a parede intestinal e sua aplicabilidade potencial em coloproctologia. Rev bras Coloproct, v. 25, n. 1, 2005.
PADOVESE, Renato et al. Aplicações clínicas da glutamina. Revista Contexto & Saúde, v. 2, n. 03, p. 67-86, 2002.
PEREIRA, Izabela Gelisk; FERRAZ, Izabela Aparecida Rodrigues. Suplementação de glutamina no tratamento de doenças associadas à disbiose intestinal. Revista brasileira de saúde funcional, v. 1, n. 1, p. 46-46, 2017.

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BETAGLUCANA E O SISTEMA IMUNE

Escrito por Isabella Brescia

Sempre que falamos em sistema imunológico pensamos nos mecanismos responsáveis pela manutenção das defesas do organismo, ou nas diferentes formas de respostas contra agentes causadores de doenças. Contudo, esse sistema desempenha outras funções importantes e fundamentais para a manutenção fisiológica e prevenção de metabolismos favoráveis ao estabelecimento de doenças crônicas.

Através das reações imunológicas promovemos direta ou indiretamente os processos inflamatórios, infecciosos, controle sobre possíveis células tumorais ou tumores já estabelecidos, reconhecimento e manutenção de nossa microbiota e consequentemente nosso microbioma, além de outras influências bioquímicas distribuídas em todos os tecidos que compõe nosso corpo.

β-glucanas são polissacarídeos constituintes estruturais da parede celular de leveduras, fungos e alguns cereais, que se diferenciam pelo tipo de ligação entre as unidades de glicose da cadeia principal e pelas ramificações que se conectam a essa cadeia. Nas últimas décadas estes polímeros vem recebendo especial atenção por sua bioatividade, principalmente no que se refere a imunomodulação. Além disso, inúmeros efeitos benéficos como prebiótico, antitumoral, antinflamatório, antibacteriano, antiviral, anticoagulante, antimutagênico, hipocolesterolêmico e hipoglicêmico têm sido relacionados à β-glucanas. Uma importante fonte de β-glucana é a parede celular de Saccharomyces cerevisiae, também conhecida como levedura de fermentação, que é amplamente empregada nas indústrias de panificação, cervejaria e sucroalcoleira.

Como prebiótico, limitam o desenvolvimento potencial de bactérias patogênicas, mediante inibição competitiva dos locais de ligação na mucosa intestinal. Contudo, como imunomodulador, estimulam a imunidade celular e humoral, contribuindo para as atividades antitumoral, além de modular a liberação de citocinas e reduzir a resposta inflamatória.

A β-glucana é designada como um modificador da resposta biológica pois, ao ser reconhecida pelo organismo desencadeia uma série de eventos na resposta imune. Em vertebrados este reconhecimento ocorre através de receptores específicos de superfície celular e em seguida o sistema imune é estimulado pela β-glucana em resposta a inúmeras situações prejudiciais ao indivíduo. A modulação da β-glucana inclui a ativação de macrófagos e linfócitos polimorfonucleares, além da indução da expressão de diversas citocinas.

Atualmente, sabe-se que o mecanismo de ação antitumoral das β-glucanas, efetivo inclusive em situações de metástase, atua pela ativação e ampliação das diversas funções imunológicas do hospedeiro, constituindo-se de um tratamento que melhora a imunosobrevivência do hospedeiro ao tumor. Em adição, tem efeito antagônico à imunossupressão decorrente da quimioterapia e de tratamentos com irradiação. Os efeitos antitumorais da β-glucana são baseados principalmente, na habilidade de ativar leucócitos pelo estímulo da atividade fagocítica e produção de citocinas como o TNF-α.

Inúmeras pesquisas realizadas, principalmente no Japão, comprovaram que a β-glucana de levedura realça os efeitos do tratamento quimioterápico e melhora a qualidade da sobrevida com pacientes de câncer tratados com radiação. No referido país, algumas β-glucanas licenciadas para o uso terapêutico vêm sendo utilizadas nas últimas décadas como adjuvantes na terapia antitumoral.

A eficácia imunológica da β-glucana de levedura é bastante documentada em relação ao auxílio, de forma direta e indireta ao sistema imunológico, promovendo estímulos celulares e liberação de citocinas. Estudos recentes demonstraram eficácia na administração de β-glucana no estímulo de destruição de células tumorais e na recuperação de quadros diarreicos crônicos pós quimioterapia e antibioticoterapia.

Referência Bibliográfica

ABBAS, A K; LICHTMAN, A. H; PILLAI, S. H. I. V. Imunologia Celular e Molecular. 7. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

MAGNANI, Marciane; CASTRO-GÓMEZ, Raul Jorge Hernan. Beta-glucana from Saccharomyces cerevisiae: Constitution, bioactivity and obtaining. Semina: Ciências Agrárias, v. 29, n. 3, p. 631-650, 2008.

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ARGININA NA ATIVIDADE FÍSICA

Por Isabella Brescia

A L-arginina, um aminoácido básico e hidrofílico, o qual é classificado nutricionalmente como aminoácido condicionalmente essencial ou condicionalmente indispensável. A L-arginina apresenta funções relevantes no metabolismo proteico relacionadas à síntese proteica, no metabolismo do ciclo da ureia, na síntese de óxido nítrico, creatina e poliaminas, e na estimulação da secreção do GH. A L-arginina também apresenta capacidade imunoestimulatória e timotrófica e atua como precursora de prolina e hidroxiprolina, substâncias necessárias para a síntese de tecidos.

 A ingestão diária média de L-arginina é de 5 g e sua concentração plasmática é de aproximadamente 75 µM/L, sendo que esse valor é influenciado pelo estado alimentado e de jejum. Cabe ressaltar que o rim é o órgão primário responsável pela manutenção da concentração plasmática de L-arginina. Em indivíduos saudáveis, este aminoácido pode ser sintetizado em quantidades suficientes para atender a demanda fisiológica, com sua taxa de ressíntese endógena inalterada por diversos dias de deficiência de consumo. Entretanto, em períodos de rápido crescimento, ou em resposta ao estresse traumático ou patológico, sua demanda fisiológica pode não ser atendida de maneira sufi ciente por meio da ingestão dietética e ressíntese endógena, necessitando de fontes alimentares a fim de suprir suas necessidades.

Em função de existir uma demanda metabólica contínua de L-arginina, sua ressíntese pode ocorrer a partir do glutamato ou prolina, sendo a expressão de todas as enzimas necessárias para sua síntese restrita ao fígado e à mucosa intestinal. Outra via de ressíntese endógena ocorre a partir da citrulina que, quando captada pelo rim, se transforma indiretamente em L-arginina no ciclo renal e/ou diretamente no citoplasma das células endoteliais e dos macrófagos.

L-arginina e Óxido nitrico

Alguns trabalhos foram realizados avaliando o efeito do exercício físico sobre a produção de fatores relaxantes e sua correlação com os efeitos benéficos da atividade física. Evidências indicam que, quando praticado em intensidades moderadas, o exercício é capaz de induzir ao aumento do relaxamento da musculatura lisa vascular e não vascular, ação essa atribuída principalmente ao NO produzido pelas células endoteliais em resposta ao exercício. Com isso, o NO relaciona-se positivamente com os efeitos benéficos da prática regular de exercícios físicos e em condições basais:

Condições Basais

  • Homeostase sanguínea
  • Neurotransmissor
  • Antibactericida
  • Antiparasítico
  • Antiviral
  • Antitrombótico
  • Antiaterosclerótico

Exercício Físico

  • Sinalização intracelular
  • Estímulo para síntese proteica muscular esquelética
  • Maior tolerância ao esforço
  • Aumento da secreção de GH
  • Maior aporte de oxigênio à musculatura esquelética
  • Vasodilatação

L-arginina e Hormônio do Crescimento

A suplementação de L-arginina isolada ou em combinação com o exercício promove aumento significativo na secreção de GH em relação ao período de repouso; contudo, o exercício isolado ainda é o agente potencial para tal resposta endócrina, ou seja, indivíduos submetidos a um programa de treinamento apresentam aumento significativo na secreção de GH em relação ao repouso, suplementação isolada e combinada com exercício de L-arginina.

Aparentemente, todos os processos metabólicos relacionados com a atividade física são melhorados e potenciados com o uso da arginina, uma vez que ocorre melhor perfusão sanguínea ao nível muscular, proporcionando maior aporte de nutrientes (os músculos são capazes de produzir energia durante mais tempo) e de oxigênio (evitando e/ou protelando o processo de anaerobiose), ao mesmo tempo que favorece a eliminação das substâncias tóxicas acumuladas durante a prática da atividade física, facilitando o processo de recuperação muscular.

A administração oral de 3g/dia de L-arginina parece potencializar os efeitos do treinamento com pesos, proporcionando maior ganho de força e massa muscular e contribuindo para a diminuição do percentual de gordura corporal.

O efeito adverso observado na suplementação de altas doses de L-arginina, tanto aguda como crônica, como de qualquer outro aminoácido, está associada à ocorrência de desconforto gastrintestinal e diarreia.

Referência Bibliográfica

ANGELI, Gerseli et al. Investigação dos efeitos da suplementação oral de arginina no aumento de força e massa muscular. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 13, p. 129-132, 2007.

NICASTRO, Humberto; ROGERO, Marcelo Macedo; DATTILO, Murilo. A suplementação de L-arginina promove implicações ergogênicas no exercício físico? Evidências e considerações metabólicas. Rev. bras. ciênc. mov, p. 115-122, 2008.

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Aplicações clínicas da CoQ10

Os benefícios da Coenzima Q10 vêm sendo estudados para o tratamento de doenças.

Escrito por Isabella Brescia

A CoQ10 pode ser encontrada em todas as células do corpo humano, porém as maiores concentrações são observadas nos tecidos do coração, fígado, cérebro e músculo esquelético. Localiza-se na membrana interna das mitocôndrias, onde realiza a interação com enzimas específicas, atuando como uma coenzima essencial na cadeia respiratória mitocondrial. Ela possui a capacidade de proteger proteínas da membrana mitocondrial, fosfolipídeos e o DNA dos danos oxidativos, além de poder regenerar outros antioxidantes como o ácido ascórbico e o alfa-tocoferol.

A CoQ10 é sintetizada pelas células do corpo humano, mas também pode-se obtê-la a partir de dieta, podendo contribuir para a concentração desta enzima no organismo. Pequena quantidade são encontradas em ovos, cereais, produtos lácteos, frutos secos como nozes e nos vegetais (principalmente espinafre e brócolis). Carne vermelha, peixe e de aves são fontes ricas em CoQ10. Ela também é comercializada como suplemento alimentar ou nutracêutico e utilizada em formulações cosméticas.

Devido a sua capacidade de atuar como antioxidante, o interesse pela CoQ10 vem aumentando muito, apresentando uma elevada eficácia, visto que se encontra abundantemente distribuída pelo organismo e tem a aptidão de se reduzir ou reativar-se quando necessário. Na sua forma reduzida, ela é um poderoso antioxidante que previne danos oxidativos causados pelos radicais livres. Inclusive estudos recentes demonstraram a relevância da CoQ10 na resistência do DNA aos danos oxidativos. Após o seu uso os linfócitos do sangue periférico de indivíduos portadores de doenças mitocondriais apresentaram uma significativa redução das quebras de fita simples e duplas do DNA.

A CoQ10 tem grande importância também no tratamento de desordens mitocondriais e neuromusculares e doenças neurodegenerativas. Em experimentos com doenças neurodegenerativas, a CoQ10 demonstrou neuroproteção e efeitos protetores sobre disfunção mitocondrial. A administração de CoQ10 aumentou sua concentração nas mitocôndrias de células do cérebro exercendo efeitos de proteção sobre lesões induzidas, além de proteger neurônios dopaminérgicos. Estes estudos experimentais vêm demonstrando resultados promissores em doenças neurodegenerativas tais como doença de Huntington, Parkinson, Alzheimer e esclerose lateral amiotrófica.

Sua utilização e benefícios vêm sendo estudados para o tratamento de outras doenças e  síndromes, como doenças cardíacas, melhoria na qualidade do sêmen de homens inférteis, síndrome de Down, câncer de mama e no tratamento de enxaquecas.

A deficiência de CoQ10 pode ser definida como a presença de níveis reduzidos de CoQ10 em tecidos ou células e, para se obter uma estimativa de sua concentração usa-se o plasma. A deficiência de CoQ 10 pode resultar de síntese prejudicada, defeito genético ou adquirido que prejudique sua síntese ou função e ainda ser decorrente de aumento da requisição por tecidos com patologias específicas. A forma secundária de deficiência de CoQ10 é observada em doenças cardiovasculares, diabetes, doença renal crônica, doenças hepáticas, distúrbios neurodegenerativos, e câncer. Além disso, os níveis de CoQ10 decrescem com o avançar da idade, fator que pode estar relacionado a eventuais manifestações do envelhecimento. Estudos mostraram que a suplementação oral com CoQ10 pode aumentar níveis teciduais deste nutriente, havendo associação com redução do risco de mortalidade por doença cardiovascular em idosos, assim como reduzir também o risco de mortalidade em pacientes com diabetes tipo II, doença renal crônica ou hepática, seja por efeitos no processo primário da doença ou na disfunção cardiovascular secundária.

A administração oral de CoQ10 geralmente é bem tolerada, sem efeitos adversos graves detectados no uso de longo prazo. Raramente alguns indivíduos podem apresentar efeitos gastrointestinais como dor abdominal, vômitos, náuseas, diarreia e anorexia e este sintoma não está relacionado à dose. Não há efeitos colaterais tóxicos conhecidos ou relatos de superdosagem. A segurança do uso da CoQ10 foi confirmada em centenas de ensaios clínicos randomizados, em uma ampla gama de distúrbios, incluindo doenças cardiovasculares, doenças de Parkinson e doenças mitocondriais.

Referência Bibliográfica JACOBS, Mônica Amadio Piazza; ACCURSIO, Wilmar. Coenzima Q10: Aplicações clínicas. BWS Journal, v. 3, p. 1-7, 2020.

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Cuidados nutricionais para os desconfortos do tratamento oncológico

Muitos tipos de câncer podem ser evitados, e muitos casos podem ser tratados com sucesso, se identificado logo no início.

Por Isabella Brescia

O câncer se caracteriza pela proliferação anormal das células que se dividem continuamente. Esse crescimento celular desregulado pode se espalhar e invadir o tecido normal, formando uma neoplasia maligna, que pode se disseminar para outras partes do organismo. O câncer pode surgir em qualquer idade e se desenvolver em qualquer parte do corpo. Depois das doenças cardiovasculares, é a segunda maior causa de morte no Brasil. Existem mais de cem variedades de cânceres, que se enquadram em quatro tipos principais: sarcomas, carcinomas, linfomas e leucemias.

Muitos tipos de câncer podem ser evitados, e muitos casos podem ser tratados com sucesso, se identificado logo no início. O risco do desenvolvimento do câncer pode ser reduzido com uma avaliação médica adequada, cuidado com sintomas e fatores de risco, autoexame regular e uma alimentação e estilo de vida de saudáveis.

Quando o câncer se instala é muito importante procurar uma nutricionista, uma vez que tanto a doença quanto seu tratamento exigem uma boa nutrição para auxiliar na recuperação.  A terapia nutricional irá levar em consideração o estágio, tipo e localização do tumor, além da fase do tratamento. A cirurgia, que ainda é a principal forma de tratamento, também requer uma dieta altamente nutritiva para uma recuperação bem-sucedida.

A perda de peso é comum entre quase todos os pacientes com câncer. A maioria sofre de anorexia ou perda de apetite como consequência da doença. É compreensível que a depressão causada por um diagnóstico de uma doença grave, assim como a dor, diminua qualquer desejo de se alimentar.

Em geral, o tratamento oncológico e até a própria doença, podem causar inúmeros efeitos colaterais no paciente, como perda de apetite ou de paladar, náusea/vômito, diarreia, constipação, boca seca, fadiga, entre outros. Mas uma terapia nutricional adequada pode ajudar a contornar boa parte deles, além de fornecer calorias, proteínas e outros nutrientes necessários para manter o peso e auxiliar na recuperação.

Conheça alguns recursos da nutrição oncológica para alívio dos sintomas e efeitos colaterais, além de fortalecer o organismo para enfrentar a doença:

  • Planejar as refeições para os momentos do dia em que provavelmente terá menos náuseas e ânsia de vômito. Se não conseguir, comer pequenas refeições e lanches ao longo do dia.
  • Acrescentar em todas as refeições alguma proteína, carne magra, ovos, iogurte, queijos brancos ou suplementos proteicos, dessa forma o organismo poupa o tecido muscular.
  • Deixar outra pessoa preparar as refeições. O cheiro dos alimentos enquanto estão sendo cozidos pode provocar náuseas. Alimentos servidos frios ou a temperatura ambiente exalam menos cheiro.
  • O gengibre e o hortelã são grandes aliados no tratamento das náuseas e pode ser consumido de várias formas, chá, sucos, molho para saladas e bolo.
  • Descansar por meia hora após as refeições, de preferência sentado ou em pé. Reclinar pode provocar refluxo, náusea e vômito.
  • Se está com mucosite (feridas na boca) preferir alimentos amassados ou cremosos com sabores suaves como sopas (batata, baroa, abóbora), mingaus e sobremesas. Evitar alimentos salgados, condimentados ou ácidos. O bochecho com chá de camomila 3 vezes ao dia além de prevenir a mucosite reduz a intensidade das lesões já existentes.
  • Se a boca seca dificulta engolir, liquidificar os alimentos ou umedecê-los com molhos, caldas ou geleias. Uma alternativa, são os picolés caseiros que podem ajudar a diminuir o desconforto da xerostomia.
  • Se a diarreia for um problema, evitar alimentos gordurosos, cafeína, frutas com casca, produtos à base de grãos integrais, laticínios e outros alimentos que possam agravar o problema.
  • Se a constipação for um problema, aumentar a ingestão de água, comer mais frutas com casca e bagaço, verduras, legumes e produtos à base de grãos integrais. Adicionar azeite nas refeições e evitar alimentos constipantes (tapioca, polvilho, caju, goiaba). Sucos laxativos são bem-vindos.
  • Se a fadiga for persistente, uma dieta rica em ácidos graxos ômega-3, fibras, oleaginosas, frutas e vegetais folhosos estão associados com menor probabilidade de fadiga.

E a hidratação? A hidratação é primordial no tratamento oncológico para aliviar sintomas como constipação e náuseas, e uma aliada na eliminação de compostos nefrotóxicos derivados de alguns quimioterápicos. Durante o tratamento alguns sintomas podem prejudicar o consumo adequado de água, como gosto metálico do paladar, inapetência e náuseas quando frequentes. A água quando saborizada com hortelã, gengibre, maçã, rodelas de limão ou laranja podem auxiliar na redução do gosto metálico e náuseas, mantendo o paciente hidratado.

O estado nutricional do paciente influencia diretamente o tratamento oncológico e a qualidade de vida do paciente, ou seja, desnutrição e perda de peso diminuem a resposta ao tratamento, baixam a imunidade, atrapalham processo de cicatrização e coagulação, aumentam risco de infecções e dificultam prognóstico. Até atividades do dia a dia podem ser afetadas. Quando há falta de nutrientes, o corpo humano faz de tudo para se manter; porém, suas reservas vão diminuindo, e consequentemente, a massa magra também.

A terapia nutricional adequada e individualizada – conjunto de procedimentos terapêuticos para manutenção ou recuperação do estado nutricional – previne desnutrição, reduz número de complicações no tratamento e no pós-operatório e evita a interrupção do tratamento.

Referência Bibliográfica https://www.nestleoncologia.com.br/convivendo-com-os-efeitos-colaterais

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Desidratação em Idosos

A ingestão de água equilibra as perdas, garante uma hidratação adequada aos tecidos assegurando o transporte de nutrientes e a manutenção da temperatura corporal.

Escrito por Isabella Brescia

A associação entre o envelhecimento e a desidratação não é nova e foi reconhecida por diversos pensadores, dentre eles – Aristóteles que dizia: “Deve-se saber que os seres vivos são úmidos e quentes e a velhice é seca e fria”. Já Homero, comparou a velhice com um ramo de oliveira seco e Galeno por sua vez, via a perda de água corporal como uma característica importante do envelhecimento e constatou que a desidratação é de difícil diagnóstico, fato que ainda permanece verdadeiro atualmente.

A desidratação é o distúrbio hidroeletrolítico mais comum nos idosos e uma das causas mais frequentes de internamento entre os 65 e os 75 anos. Nestes indivíduos as perdas de fluidos estão aumentadas e o consumo de líquidos diminuído pelo que a susceptibilidade para a desidratação é maior, quando comparada com a dos adultos.

A água é essencial para o normal funcionamento corporal já que, fornece o meio aquoso essencial para a ocorrência de várias reações bioquímicas participando diretamente como reagente em diversas reações metabólicas. A ingestão de água equilibra as perdas, garante uma hidratação adequada aos tecidos assegurando o transporte de nutrientes e a manutenção da temperatura corporal.

A água corporal total, correspondente a 60% do peso corporal num adulto saudável, diminui para cerca de 50% nos idosos do sexo masculino e para cerca de 40% nos do sexo feminino. Esta percentagem inferior do sexo feminino é facilmente justificada pelo facto das mulheres terem uma maior quantidade de tecido adiposo, que é praticamente isento de água, ao contrário do muscular. Como a quantidade de água corporal total é menor, a perda de fluidos necessária para aumentar a osmolaridade plasmática é consequentemente inferior.

Também a sensação de sede, a função e a capacidade de concentração renal, a taxa de filtração glomerular, a atividade da renina, a secreção de aldosterona e a resposta cardiovascular à diminuição de volume sofrem uma redução significativa com a idade. Essa redução nos mecanismos compensatórios, acompanhada pelo aumento da resistência do rim à vasopressina, aumenta a fragilidade dos idosos para a desidratação. Para além destas, muitas outras alterações fisiológicas e patológicas favorecem esta propensão que se faz sentir no idoso para a desidratação. As alterações mais importantes, relatadas na literatura são:

Fisiológicas

  • Idade > 80 anos
  • Alterações fisiológicas no balanço hídrico
  • Fragilidade
  • História prévia de desidratação

Patológicas

  • Patologias crônicas (comorbilidade)
  • Infecções
  • Dor e febre
  • Feridas (inclui úlceras de pressão)
  • Hemorragia

 Neurológicas

  • Dificuldades motoras e nas atividades vida diária
  • Lesões extrapiramidais com tremores e salivação excessiva
  • Demência
  • Deficiências sensoriais e de comunicação

Psiquiátricas

  • Depressão
  • Ansiedade
  • Delírio
  • Psicose/Esquizofrenia

Cardiopulmonares

  • Dispneia

 Gastrointestinais

  • Vómitos
  • Diarreia

 Urológicas

  • Incontinência ou medo de incontinência
  • Diminuição da função renal

 Metabólicas

  • Hipercalcemia
  • Diabetes mellitus

Iatrogênicas

  • Poli medicação (diuréticos, laxantes, psicotrópicos)
  • Distúrbios do metabolismo da água/sódio

 Sociais

  • Isolamento social
  • Autonegligência
  • Insuficiente acesso a fluidos
  • Escassez de profissionais ou formação insuficiente
  • Escassez de cuidados no domicílio

Ambientais

  • Inverno (maior risco de infeções)
  • Verão (ondas de calor)

A desidratação ocorre não só pela restrição do consumo de líquidos propriamente ditos, mas também pelo consumo reduzido de alimentos ricos em água. A diminuição do consumo de alimentos é particularmente evidente nos idosos disfágicos uma vez que necessitam de líquidos espessados e de mais tempo dos cuidadores para consumir o volume necessário, sendo por isso frequentemente negligenciados.

As manifestações clínicas da desidratação dependem não só da gravidade, mas também da velocidade de instalação do distúrbio. A clínica da desidratação geralmente é vaga e pode apresentar sintomas como infecções urinárias, insuficiência renal, hipertermia em condições de temperaturas elevadas, cefaleia, constipação, perda de peso, boca seca, deterioração do estado cognitivo, confusão, delírio, alteração da pressão sanguínea, alteração da cor da urina ou débito urinário, sintomas estes que são comuns a várias doenças crônicas e assim dificultar o diagnóstico.

A pele seca é um problema comum em indivíduos mais velhos, pois com a idade, a capilaridade sanguínea torna-se reduzida, diminuindo o fornecimento de sangue e nutrientes para pele e também o número reduzido de glândulas sudoríparas e sebáceas. Todas essas alterações levam ao afinamento da epiderme e das fibras elásticas que fornecem suporte dérmico deixando a pele do idoso com turgor diminuído. Tais fatos dificultam o diagnóstico precoce da desidratação, porque esses sinais clássicos de desidratação podem estar ausentes ou ser enganosos na senescência, já que a diminuição da elasticidade da pele ou os olhos afundados são sinais comumente encontrados nessas pessoas. Desta forma, o turgor cutâneo geralmente é um sinal pobre em idosos devido à inelasticidade da pele. Mesmo assim, se o turgor for usado em pessoas idosas, deve ser feito na testa ou sobre o esterno.

Quanto às mucosas, a língua úmida é um sinal bastante seguro de que o paciente não está desidratado, mas ao contrário, se estiver seca não é prova de desidratação. Isso porque as mucosas secas podem ser um sinal de que o idoso está resfriado e está respirando pela boca ou pode indicar uso de medicação que resseca a boca (como anti-histamínicos, antidepressivos, diuréticos, inibidores da bomba de prótons, ou anti-inflamatórios não esteroidais por exemplo) ou referem-se a doenças crônicas (como artrite reumatoide ou lúpus). Assim, a desidratação não é a única ou até mesmo a causa mais provável de uma boca seca, podendo causar confusão no diagnóstico.

A axila seca tem se mostrado um indicar bastante útil. Pois, se presente, devemos ter alta suspeição de desidratação, visto que, este sinal apresentou sensibilidade de 50% e especificidade de 82%. Ao contrário, a sensação de sede já se mostrou um preditor ruim do estado de hidratação entre os idosos devido ao reconhecido declínio da sensação de sede com o envelhecimento.

Assume-se que a contribuição de alimentos para ingestão total de água é de 20- 30%, ao passo que 70-80% é fornecido por bebidas. Esta relação não é fixa e depende do tipo de bebidas e de alimentos consumidos. Nas bebidas incluem-se a água, suco de frutas, leite, chá e café. As bebidas alcoólicas também contêm água não sendo aconselhadas em caso de desidratação por aumentar o efeito diurético. Devem ser consumidos alimentos com grande percentagem de água na sua constituição tais como frutas (melancia, melão, morango, laranja), vegetais frescos, sopas, queijo fresco ou iogurte. Assim, o consumo pode ser aumentado de uma forma variada para o idoso não só através de líquidos, mas também da própria dieta.

Durante os períodos entre refeições deve ser encorajado o consumo de líquidos. Estes devem ser oferecidos durante todas as atividades e, nos lares, devem ser criadas atividades que, ao mesmo tempo que estimulam a interação social, estimulem o consumo de líquidos como por exemplo a “hora do chá” e durante as atividades quotidianas, como escovar os dentes ou tomar a medicação. Deve ser transmitido ao idoso que esta distribuição ao longo do dia é aconselhável uma vez que é preferível beber frequentemente pequenas quantidades de líquidos do que grandes quantidades em apenas algumas ocasiões: beber grandes quantidades de uma só vez provoca uma expansão do estômago e, consequentemente, diminuiu a sensação de sede.

Quer vivam numa instituição ou em casa, os idosos que devido a déficits cognitivos, sensoriais, motores (hemiplegias e tremores) ou a dificuldades na realização das atividades da vida diária não consigam tomar conta de si próprios e estejam por isso altamente dependentes de terceiros, devem ter uma maior assistência na manutenção da hidratação. Nestes idosos, o papel dos cuidadores e profissionais de saúde reveste-se de uma importância extrema. De igual forma, também os idosos disfágicos e os que temem a incontinência devem ser auxiliados de uma forma mais atenta sem nunca descuidar do risco de desidratação. Este auxílio é seriamente dificultado no caso dos idosos que vivem sozinhos, que devem ser orientados quanto a importância da ingestão de líquidos no decorrer do dia, alimentos ricos em água e no reconhecimento dos sinais e sintomas da desidratação.

Referência Bibliográfica

ARAÚJO, Maria Lúcia Azevedo. A desidratação no idoso. 2013. Tese de Doutorado. [sn].

BLANCH, Graziela Torres; JÚNIOR, Saulo Marques; PAZINI, Sandra Lúcia. DESIDRATAÇÃO EM IDOSOS: UMA REVISÃO NARRATIVA. Revista EVS-Revista de Ciências Ambientais e Saúde, v. 47, n. 1, p. 7413, 2020. LOPES, Alice Raquel Cabral. Desidratação no idoso. 2014. Tese de Doutorado.

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saúde

O uso de antioxidantes na Terapia Nutricional do paciente oncológico

A quimioterapia está entre os tratamentos mais frequentemente prescritos pelos médicos como principal forma de combate ao câncer.

Escrito por Isabella Brescia

No Brasil, o câncer é a terceira causa de morte (11,84% do total de óbitos) e a segunda por doença (27,63% do total), e a cada ano atinge pelo menos 9 milhões de pessoas, segundo dados da Organização Mundial de Saúde.1-3 A taxa de mortalidade associada ao câncer vem crescendo  nos últimos anos em função  do  envelhecimento  populacional,  do  processo  de  industrialização  e  das  mudanças de  hábitos  de  vida.  Devido aos fatos apontados, o câncer é  considerado  um problema  de  saúde  pública  e  esforços  devem ser  mobilizados  para  sua  prevenção  e  cura.

A quimioterapia está entre os tratamentos mais frequentemente prescritos pelos médicos como principal forma de combate à doença. Entretanto, o tratamento quimioterápico é agressivo ao sistema imunológico do paciente devido, principalmente, à toxicidade causada pelas drogas antineoplásicas. Devido à sua inespecificidade quanto às células cancerígenas, muitas células sadias são atingidas, principalmente as que de forma natural se multiplicam rapidamente, causando efeitos colaterais.

Dentre os efeitos adversos induzidos pela toxicidade do tratamento antineoplásico se incluem: constipação, diarreia, mucosite, náuseas, vômitos, xerostomia, alteração no paladar e má absorção de nutrientes. Tais efeitos podem promover um quadro de desnutrição. Essa condição é associada ao paciente oncológico em decorrência da diminuição da ingestão alimentar, alterações metabólicas, morfológicas e funcionais causadas pelo tumor, além do aumento da necessidade energética decorrente do crescimento tumoral. Vale ressaltar que a ocorrência de desnutrição depende da frequência e do tempo de submissão ao tratamento, além da duração da manifestação dos sintomas e da adequação da ingestão alimentar.

Pacientes que apresentam perda de peso durante o tratamento com drogas antineoplásicas relatam maior sintomatologia e aumento da toxicidade quando comparados com aqueles que mantem a estabilidade do peso. O aumento da toxicidade está associado a redução da tolerância e efetividade do tratamento, acarretando uma maior taxa de morbimortalidade e redução da qualidade de vida.

Na abordagem radioterápica a intensidade dos efeitos colaterais, que aparecem geralmente na 3ª semana de aplicação, depende do local do corpo, extensão da área irradiada, tipo de radiação, e aparelho utilizado. O sintoma que tem maior impacto na alimentação do paciente é a perda de apetite e dificuldade para ingerir alimentos. Em alguns casos ocorre também o espessamento da saliva podendo alterar a percepção do sabor dos alimentos.

Pesquisas indicam que  a  terapia nutricional  pode  exercer  grandes benefícios ao tratamento oncológico por meio da   minimização   dos   efeitos   adversos produzidos  pelo  tratamento  antineoplásico, promovendo  um  melhor  estado  de  saúde  ao paciente.  Alguns nutrientes  antioxidantes,  como  as  vitaminas A,  C  e  E  minimizam  os  efeitos  tóxicos produzidos  pelas  drogas  antineoplásicas  e interferem  positivamente  na  resposta  ao tratamento  empregado. As interações  entre antineoplásicos  e  antioxidantes  promovem  a potencialização  do  mecanismo  de  ação  das drogas,  resultando  em  diminuição  do tamanho do tumor com produção de menores efeitos  colaterais,  melhoria  da  qualidade  de vida dos pacientes oncológicos e maior tempo de  sobrevida.

Os antioxidantes são substâncias capazes de atrasar ou inibir a oxidação de um substrato, seu papel é proteger as células sadias do organismo contra a ação oxidante das espécies reativas de oxigênio. Antioxidantes metabólicos pertencem à classe de antioxidantes endógenos ou enzimáticos, como a GSH, ácido lipóico, L-arginina, coenzima Q10, melatonina, ácido úrico, bilirrubina, que são produzidos através de reações metabólicas do organismo. Nutrientes antioxidantes pertencem à classe de antioxidantes exógenos ou não-enzimáticos e podem ser adquiridos através do consumo de alimentos fonte ou através do consumo de suplementos alimentares, como vitamina E, vitamina C, carotenóides, elementos traços como Selênio, Cobre, Zinco e Manganês, flavonóides, polifenóis.

Os compostos antioxidantes agem de formas diferentes contra esses radicais livres, principalmente por meio de três linhas de defesas orgânicas. A primeira é através da prevenção, caracterizada pela inibição da produção de substâncias nocivas. A segunda, é a interceptação, em que os antioxidantes interrompem as atividades dos radicais livres. E a terceira e última, é o reparo, que acontece quando as duas primeiras linhas não foram totalmente efetivas.

Os achados em artigos científicos sugerem que a suplementação de vitaminas e minerais antioxidantes no paciente oncológico, em sua grande maioria, apresentam resultados positivos na amenização de efeitos adversos gerados pela quimio e radioterapia utilizadas como tratamento antineoplásico, sendo essas terapias concomitantes ou não. Sugerem também que podem haver variações nos resultados da suplementação de acordo com o tempo e intensidade do tratamento, gravidade das alterações fisiológicas geradas pelo mesmo e resposta biológica do indivíduo. Dentre os benefícios observados, destaca-se a capacidade dos antioxidantes utilizados em restaurar o status antioxidante dos pacientes, normalmente diminuído devido à fisiopatologia do câncer e ao tratamento, além da atenuação de efeitos colaterais causados pelo tratamento, principalmente na cavidade oral. Felizmente, a melhora de condições relacionadas à cavidade oral influencia diretamente, de maneira positiva, no consumo alimentar do paciente.

Finalmente, os resultados obtidos reforçam a necessidade de monitoramento nutricional de forma integral, desde o diagnóstico até o final do tratamento quimio/radioterápico, com o objetivo de minimizar e/ou evitar as repercussões negativas ocasionadas tanto pela doença como pelo tratamento no estado nutricional e, consequentemente, na qualidade de vida dos indivíduos que passam por esse processo. Ainda, aponta-se a importância do acompanhamento bioquímico e dietético dos níveis destes nutrientes no paciente oncológico, sendo necessário o planejamento futuro de estratégias racionais para a administração destes antioxidantes na dieta como possíveis adjuvantes no tratamento do câncer.

Referência bibliográfica

PARDINHO, Giovana Jorge Rosa et al. Impactos da utilização de compostos antioxidantes como parte da terapia nutricional do paciente oncológico em tratamento. Advances in Nutritional Sciences, v. 1, n. 1, p. 62-72, 2020.

DOS SANTOS, Helimar Senna; DE SOUZA CRUZ, Wanise Maria. A terapia nutricional com vitaminas antioxidantes e o tratamento quimioterápico oncológico. Revista Brasileira de cancerologia, v. 47, n. 3, p. 303-308, 2001. ROHENKOHL, Caroline Cavali; CARNIEL, Ana Paula; COLPO, Elisângela. Consumo de antioxidantes durante tratamento quimioterápico. ABCD. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva (São Paulo), v. 24, p. 107-112, 2011.

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saúde

Beta alanina e rendimento no esporte

A suplementação    de    beta-alanina parece  ser  segura  em  populações  saudáveis nas  doses  recomendadas.

Por Isabella Brescia

A fadiga muscular, que pode ser definida como a incapacidade do musculo esquelético em manter uma determinada tensão ou de manter o exercício físico a uma dada intensidade, é um dos principais fatores que influenciam o rendimento esportivo. Embora sua causa seja multifatorial, evidências indicam um papel relevante da depleção de substratos energéticos e o acúmulo intramuscular de metabólitos como adenosina difosfato (ADP), fósforo inorgânico (Pi), ácido lático, lactato e íons de hidrogênio (H+) como potenciais causadores da fadiga muscular.

A explicação mais clássica e aceita é relativa ao acúmulo de ácido lático intramuscular. O lactato não exerce nenhum efeito negativo sobre a função contrátil do músculo, entretanto os íons de H+ resultantes da dissociação do ácido lático têm real importância na contração muscular, sendo responsáveis por um processo denominado acidose muscular. O acúmulo de H+ proporciona redução do potencial hidrogeniônico (pH), acidificando o meio, contribuindo para a fadiga intramuscular e promovendo uma série de consequências negativas, como redução da tensão músculo-esquelética, inibição da atividade da enzima glicolítica fosfofrutoquinase e limitação da contração muscular.

Uma maneira eficaz de neutralizar esse efeito é o tamponamento desse elemento. Um recurso ergogênico muito utilizado e com forte evidência científica é a suplementação com beta-alanina. A  beta-alanina  é  um  aminoácido produzido   endogenamente no fígado podendo    também    ser obtida através do consumo  de  alimentos  como  carnes.

A beta-alanina é um precursor limitante da síntese da carnosina, um  dipeptídeo  formado pela  combinação  dos  aminoácidos  L-histidina e  beta-alanina  através  da  enzima  carnosina sintase. Essa enzima apresenta maior afinidade   pela   histidina   em   comparação   à beta-alanina. Além disso, a concentração intra e extracelular de histidina  é  significativamente maior do que a de beta-alanina, o que torna a síntese de carnosina limitada pela disponibilidade de beta-alanina. A    carnosina   é   predominantemente armazenada   no   músculo   esquelético uma   de   suas   funções   é   tamponar prótons intracelulares, reduzindo a acidose e o tempo de fadiga.

Além de sua  função  como  tampão  de prótons, recentemente, outros papéis têm sido atribuídos  à  carnosina,  como  proteção  contra danos   oxidativos,   glicação   e   regulação   da sensibilidade ao cálcio. O aumento da  carnosina  no  músculo tem  sido  considerado  um  fator  de  reforço  das capacidades  físicas  e  diminuição  da  fadiga neuromuscular. Porém, a suplementação de carnosina oral é  um  método  ineficiente  para  elevar  os níveis   de   carnosina   muscular   nos   seres humanos devido  ao  fato  de  não  ser  absorvida  em  sua forma  íntegra.

A  suplementação   de  1,6g  /   dia  de beta-alanina  durante  2  semanas  mostrou-se suficiente    para    aumentar    os    níveis    de carnosina muscular, enquanto  benefícios  no exercício foram apesentados a partir de doses que  variam  de  3,2  a  6,4g  /  dia  durante  4-12 semanas.   Os indivíduos  são  aconselhados  a  suplementar beta-alanina  diariamente  por  um  mínimo  de  2a 4 semanas com uma dose de 3,2 a 6,4g / dia divididas ao longo do dia (0,8 a 1,6g a cada 3-4  horas). Essa  suplementação  resulta  em  um  aumento de  20  a 30%  nas concentrações de carnosina no   músculo   em   duas   semanas, com maiores benefícios observados  após  4  semanas  (40  a  60%  de aumento).

A beta-alanina é absorvida tanto no jejuno quanto no íleo – em taxas semelhantes, e transportada diretamente para a circulação através dos enterócitos, um substrato comum a esse transportador é a taurina, sugerindo, então, que pode haver competição entre taurina e beta-alanina, se ingeridas concomitantemente. Logo, sugere-se evitar o consumo de taurina para impedir essa competição e, consequentemente, o declínio da absorção de beta-alanina. Enquanto o consumo   de   beta-alanina juntamente   com   a   refeição   é  eficaz   para potencializar    o    aumento    dos    níveis    de carnosina  muscular.

O  fracionamento  da  ingestão  de  beta-alanina  é  indicado  para  evitar  os  sintomas  de parestesia,  descritos  como  formigamento  ou coceira causando irritação à pele,   que   aparece   dentro   de   10   a   20 minutos depois de consumir o suplemento e pode durar cerca de 60 minutos ou mais. Outra forma de se evitar os sintomas da parestesia é utilizar uma    formulação    de liberação lenta,   reduzindo   a   concentração plasmática   máxima   de   uma   dose   única, enquanto  a  liberação  no  sangue  é  mantida durante    6 horas.

Por fim, a suplementação    de    beta-alanina parece  ser  segura  em  populações  saudáveis nas  doses  recomendadas,  com  moderada  a alta  probabilidade  de  aumentar  a duração do exercício e desempenho, retardando a fadiga muscular.

Referência bibliográfica

FERREIRA, Carolina Caberlim et al. Atualidades sobre a suplementação nutricional com beta-alanina no esporte. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, v. 9, n. 51, p. 271-278, 2015.

PAINELLI, Vitor de Salles. Influência do estado de treinamento sobre o desempenho físico em resposta à suplementação de beta-alanina. 2013. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

ZANDONÁ, Bruna Amorim et al. Efeito da suplementação de beta-alanina no desempenho: uma revisão crítica. RBNE-Revista Brasileira De Nutrição Esportiva, v. 12, n. 69, p. 116-124, 2018. LAGE, Marcelo Henrique et al. Efeitos ergogênicos da beta-alanina para a performance. Cadernos UniFOA, v. 16, n. 46, 2021.

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saúde

Nutrição na Melhor Idade

Para gozar de boa saúde, se sentir forte e bem-disposto o idoso precisa de nutrientes ativos para melhorar o sistema imune.

Escrito por Isabella Brescia

Envelhecer bem depende de uma boa alimentação e se manter ativo, nos dias de hoje, as pessoas estão se mantendo mais em forma, se sentindo melhor, mais capaz e vivendo por mais tempo que no passado. Embora os genes tenham seu papel no processo de envelhecimento, a alimentação nessa fase da vida pode fazer toda a diferença na qualidade de vida.

Nesse período, o corpo se torna menos eficiente em absorver e metabolizar diversos minerais e vitaminas, além do uso prolongado de alguns medicamentos que podem reduzir a absorção de certos nutrientes. Portanto é ainda mais importante que os alimentos consumidos sejam nutritivos. Outro fator importante é a redução das atividades diárias, resultando num ritmo metabólico mais lento e consequentemente no ganho de peso.

O excesso de peso aumenta o risco de doenças mais graves como diabete, hipertensão arterial e doenças cardíacas, e exige um esforço extra das articulações, tornando doenças como artrite mais dolorosas e osteoartrite mais frequente (condição degenerativa que afeta as articulações do quadril e joelho causando dor, rigidez e perda de mobilidade).

Uma em cada 10 pessoas acima de 60 anos desenvolve a diabete não dependente da insulina, e a mudança na alimentação na maioria das vezes é suficiente para controlar a doença. A melhor forma de se proteger contra a diabete é manter o peso saudável e praticar atividade física regularmente. O risco de se tornar diabético é 5 vezes maior em pessoas com o índice de massa corporal acima de 30, e a atividade física regular reduz o risco em 40%.

Os sentidos de olfato e paladar vão se tornando menos aguçados com a idade, e o idoso se sente tentado a usar mais sal, correndo o risco de aumentar sua pressão arterial. Em vez de aumentar o sal, o ideal é experimentar o uso de alho, suco de limão, mostarda e vinagre de maçã para temperar os pratos. O cuidado dos dentes não deve ser negligenciado e se faz uso de prótese, elas devem se ajustar bem a gengiva, para que o idoso possa saborear a comida sem desconforto.

Para gozar de boa saúde, se sentir forte e bem-disposto o idoso precisa de nutrientes ativos para melhorar o sistema imune:

Vitamina B6 e B12

À medida que envelhecemos a absorção dessas vitaminas diminui, portanto, na maioria das vezes é necessário tomar suplementos. Carne de porco, peixes, ovos, cereais, integrais, pão integral, banana, leguminosas e nozes são boas fontes.

Vitamina C

Além de um excelente antioxidante, a vitamina C fortalece o sistema imune, promove a cicatrização e aumenta a absorção de ferro. Frutas cítricas, tomate, pimentão e brócolis contém em abundância.

Vitamina E

A vitamina E, que é encontrada sobretudo em cereais integrais, verduras, azeite e vegetais, apresenta importante papel antioxidante, na estimulação da resposta imunológica e na inibição da formação de moléculas produtoras de tumores. Há estudos que relacionam a ingestão de vitamina E à redução de incidência de risco cardiovascular, ao retardo da progressão de demências já instaladas, como a doença de Parkinson e a de Alzheimer e ao aumento da capacidade funcional de indivíduos idoso

Vitamina D e Cálcio

A vitamina D ajuda a absorver o cálcio e mantém os ossos e músculos saudáveis além de participar do metabolismo de vários órgãos. Muitos idosos apresentam deficiência de vitamina D, que é produzida pela ação dos raios solares sobre a pele. Quando o tempo estiver bom, 30 minutos de exposição solar diariamente são suficientes para manter os níveis sanguíneos. À medida que o corpo envelhece a absorção de cálcio vai se tornando menos eficiente. Os laticínios são as melhores fontes. Suplementos de vitamina D e cálcio na maioria dos idosos se faz necessário.

Potássio e Magnésio

O uso prolongado de medicamentos, como diuréticos, pode acelerar a perda de potássio e magnésio, e níveis baixos desses minerais podem causar depressão e fraqueza muscular. Banana, carne, batata, laranja e frutas secas são ricas em potássio e nozes, banana, damasco e soja oferecem boa quantidade de magnésio.

Zinco e Cobre

Ambos fortalecem o sistema imune e com frequência seus níveis são baixos em idosos. Carne, fígado, abóbora e semente de girassol são boas fontes de zinco e quanto ao cobre é encontrado em cacau em pó, fígado e nozes.

Proteínas

Essencial para regeneração e construção dos tecidos. O idoso precisa de 1,0 a 1,5 de proteínas/ kg de peso/dia que pode ser obtido nas carnes magras, laticínios, leguminosas e suplementos proteicos.

Líquidos

Nessa fase da vida o corpo está menos sensível a sede e mais vulnerável a desidratação. Há casos em que a confusão mental, diagnosticada como senilidade, é interrompida pelo aumento da ingestão de líquidos. Água, suco de frutas, chá de ervas, vegetais e frutas suculentas devem ser ingeridos várias vezes ao dia. No entanto chás com alto teor de cafeína (chá verde, chá preto e chá mate), café e álcool devem ser evitados por serem diuréticos.

O envelhecimento não é algo a ser temido, ao contrário, é um período de maturidade relaxada e realizada, e não de declínio passivo. Uma alimentação equilibrada, associada a prática de exercícios físicos e suplementos são formas de prolongar as atividades prazerosas assim como a expectativa de vida.

Referência bibliográfica

HUNTER, Fiona et al, A Comida Certa para o seu Corpo. Rio de Janeiro, Reader`s Digest, 2003 TRAMONTINO, Vanessa Silva et al. Nutrição para idosos. Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo, v. 21, n. 3, p. 258-267, 2017.

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saúde

Alimentos para combater a tristeza

Há evidências de que a alimentação influencia o equilíbrio do bem-estar físico e mental.

Por Isabella Brescia

Ninguém é feliz o tempo todo e é natural nos sentirmos tristes de vez em quando, mas a depressão e outros distúrbios do humor são mais que apenas um episódio de tristeza. Se você apresenta sensações persistentes de desesperança, pessimismo e tristeza profunda, pode haver um motivo real para preocupação. Essas sensações podem afetar sua alimentação, sono, autoestima e até a capacidade de aproveitar a vida. Os casos mais sérios de depressão requerem a ajuda de um médico.

A alimentação pode não ser a solução completa, mas há evidências de que ela influencia o equilíbrio do bem-estar físico e mental. As pessoas deprimidas com frequência perdem o apetite ou se enchem de comidas sem nutrientes, as chamadas junk foods, além de se sentirem desmotivadas para cozinhar. Um círculo vicioso se forma: hábitos alimentares incorretos levam a deficiências nutricionais que, por sua vez, aumentam os sintomas de depressão. Comer alimentos ricos desses nutrientes deficientes associados à prática regular de atividade física pode produzir melhoras significativas em pessoas que sofrem de depressão leve a moderada.

Se você estiver deprimido sua prioridade deve ser uma alimentação balanceada rica nos seguintes nutrientes, que estão associados a depressão:

  • Vitaminas do complexo B
    Pessoas deprimidas tendem a apresentar níveis baixos de vitamina B6, que é necessária para a produção de serotonina, substância responsável por melhorar o humor. Níveis baixos de B2, B12 e ácido fólico também podem resultar em depressão. Para aumentar a ingestão de vitaminas do complexo B, coma carne magra, aves, peixes, ovos, nozes, soja, banana, laticínios, cereais enriquecidos e vegetais folhosos.
  • Vitamina C

Também é reduzida em pessoas que sofrem de depressão. Coma muitas frutas, verduras e legumes crus e frescos. Frutas cítricas, morango, goiaba, kiwi, acerola e pimentões são ótimas fontes de vitamina C.

  • Ferro

A deficiência de ferro pode levar a depressão, pois ele é essencial para a produção de serotonina. As mulheres que fazem uso de anticoncepcionais oral vão estar mais propensas a depressão se seus níveis de ferro estiverem baixo. Os alimentos ricos em ferro incluem carne vermelha, gema de ovo, fígado, feijão, grão de bico, cereais integrais, nozes e vegetais folhosos.

  • Selênio

As pessoas com deficiência desse mineral antioxidante também podem experimentar sensações de depressão e ansiedade. O selênio é encontrado em carne, peixes, frutos do mar, grãos integrais, abacate e laticínios.

  • Zinco

Mineral essencial para que o corpo transforme o triptofano em serotonina é encontrado em ostras, carne vermelha, aves, ovos, laticínios, amendoins e semente de girassol.

  • Magnésio

Mineral com capacidade de reduzir o stress, insônia, ansiedade e depressão. Ele pode ser encontrado em cereais integrais, grãos, figos secos, nozes e sementes.

  • Ômega 3

Ácido graxo que melhora o funcionamento cerebral reduzindo a ansiedade e as alterações de humor encontrado em peixes gordurosos como salmão, arenque, sardinha, cavalinha e atum.

Além disso você pode experimentar as seguintes sugestões:

  • Faça refeições pequenas e regulares para manter equilibrados os níveis de glicose em seu sangue e evite lanches gordurosos e açucarados.
  • Coma uma banana madura por dia para elevar os níveis de serotonina.
  • Se você não gosta de peixe ou tem dificuldade de encontrar para comprar, tome um suplemento diário de óleo de peixe.
  • Apenas uma castanha do Pará por dia já fará você se sentir melhor! Ela é uma excelente fonte de selênio.
  • Use mais pimenta como tempero, a capsaicina responsável pela ardência da pimenta estimula a liberação de endorfinas responsáveis pela sensação de bem-estar.

Uma alimentação saudável e equilibrada pode melhorar seu estado de espírito reduzindo os sintomas da depressão, como ansiedade, insônia e oscilação de humor, mas lembre-se sempre de procurar um médico se esses sintomas forem constantes.

Referência bibliográfica

HUNTER, Fiona et al, A Comida Certa para o seu Corpo. Rio de Janeiro, Reader`s Digest, 2003 SEZINI, Angela Maria; DO COUTTO GIL, Carolina Swinwerd Guimarães. Nutrientes e depressão. Vita et Sanitas, v. 8, n. 1, p. 39-57, 2014.