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CAFEÍNA E SUA AÇÃO ERGOGÊNICA

Por Isabella Brescia

A utilização de suplementos nutricionais como recursos ergogênicos tem sido empregada por meio de manipulações dietéticas capazes de retardar o aparecimento da fadiga e aumentar o poder contrátil do músculo esquelético e/ou cardíaco, aprimorando, portanto, a capacidade de realizar trabalho físico, ou seja, o desempenho atlético. Os principais efeitos desejáveis obtidos com o uso de tais suplementos incluem aumento das reservas energéticas, aumento da mobilização de substratos para os músculos ativos durante os exercícios físicos, aumento do anabolismo proteico, diminuição da percepção subjetiva de esforço e reposição hidroeletrolítica adequada. Nesse sentido, a cafeína tem sido utilizada com grande frequência, de forma aguda, previamente à realização de exercícios físicos, com o intuito de protelar a fadiga e consequentemente aprimorar o desempenho físico, principalmente em atividades de longa duração.

A cafeína é uma substância rapidamente absorvida pelo intestino, atingindo sua concentração máxima na corrente sanguínea entre 15 e 120 minutos após a sua ingestão. Sua ação pode atingir todos os tecidos, pois o seu carreamento é feito via corrente sanguínea, sendo posteriormente degradada pelo fígado e excretada pela urina na forma de coprodutos. Ela acelera os batimentos cardíacos, estimula o cérebro, aumenta o fluxo urinário, a produção de ácidos digestivos, relaxa os músculos lisos e os que controlam os vasos sanguíneos e as vias respiratórias.

Apesar de apenas uma pequena quantidade de cafeína ser excretada (0,5 a 3%), sem alteração na sua constituição química, sua detecção na urina é relativamente fácil. Vale ressaltar que alguns fatores como a genética, a dieta, o uso de algumas drogas, o sexo, o peso corporal, o estado de hidratação, a prática de exercícios físicos, podem afetar o metabolismo da cafeína e, consequentemente, influenciar na quantidade de cafeína total excretada pela urina.

A cafeína tem sido considerada um ergogênico nutricional por estar presente em vários produtos consumidos diariamente, como o café, refrigerantes, chás e chocolates, embora não apresente qualquer valor nutricional, sendo classificada como uma droga com efeitos farmacológicos de ação estimulante presente também em alguns medicamentos.

Quando utilizada dentro dos limites de 3 a 6 mg por quilograma de peso corporal, a cafeína vem a ser uma substância efetiva para a melhora do desempenho físico, podendo ou não ser utilizada por um tempo contínuo, dependendo da gama de fatores que influenciam o usuário como o tipo de exercício físico utilizado, o estado nutricional, o estado de aptidão física individual, além da tolerância à cafeína. Com base nos estudos mais recentes, nota-se a melhora no desempenho físico em atividades de longa duração e baixa intensidade, bem como nas de curta duração e alta intensidade. Com relação à força muscular, estudos recentes têm apontado um aumento da força muscular acompanhado de uma maior resistência à instalação do processo de fadiga muscular após a ingestão de cafeína.

Baixas doses de cafeína estão associadas a poucos ou nenhum efeito colateral. A ingestão de 3 mg/kg  de  cafeína produziu  efeitos  colaterais durante  as horas  seguintes  à  ingestão, principalmente relacionadas a distúrbios do sono. A administração de cafeína no final da tarde (17:00 horas) levou a interrupções significativas, incluindo uma maior dificuldade em adormecer  (início  prolongado  do  sono),  diminuição  da  proporção  de  tempo  gasto  adormecido (eficiência  do  sono  reduzida),  bem  como  menor  tempo  total  de  sono  e  sono  REM  (rapid  eyes movement). Esses resultados podem ser prejudiciais à recuperação e adaptação de treinamento para atletas, especialmente durante torneios onde o uso de cafeína pode abranger vários dias consecutivos. Além dos distúrbios do sono doses excessivas de cafeína podem provocar ansiedade, irritação, aceleração dos batimentos cardíacos, tremores e aumento da frequência urinária.

Referência Bibliográfica

ARAÚJO, Sávio Nogueira de et al. Efeitos da cafeína como recurso ergogênico na atividade física: uma revisão. 2019.

PEREIRA, Sandra Mariano de Andrade et al. Cafeína: ergogênico nutricional no esporte. 2021.

RODRIGUES, Antonio Yony Felipe et al. Efeitos da cafeína na atividade física: uma revisão sistemática com metanálise. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 11, p. 91046-91069, 2020.

SANTOS, Matheus Vasconcelos; SALOMON, Ana Lúcia Ribeiro. Suplementação de cafeína: benefícios do efeito ergogênico no treinamento por praticantes de atividade física de alta e baixa intensidade.

SILVA, Michel Santos. Os efeitos da cafeína relacionados à atividade física: uma revisão. Revista Digital, v. 9, n. 66, p. 1, 2003.


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GLUTAMINA E INTESTINO

Por Isabella Brescia

A glutamina é o aminoácido livre mais abundante no plasma e nos músculos, e de fundamental importância no funcionamento homeostático de inúmeros tecidos, principalmente do sistema imune e intestinal. Nos últimos anos inúmeras pesquisas demostram os benefícios da glutamina na saúde intestinal e imunológica de humanos e animais, como o principal substrato energético do enterócito sendo oxidada no ciclo de Krebs e gerando ATP, substrato importante para rápida renovação celular das células intestinais.
A glutamina tem sido descrita como um aminoácido essencial ao organismo em situações que levam a um intenso catabolismo, tais como grandes cirurgias, grandes queimaduras, septicemia e inflamações. Estas situações são caracterizadas pelo balanço nitrogenado negativo com elevação das taxas de degradação proteica muscular, o que provoca alterações importantes no fluxo de glutamina entre os tecidos, com aumento no consumo deste aminoácido por parte do trato gastrintestinal, de células do sistema imune e dos rins. As necessidades desses tecidos podem exceder a capacidade de síntese no músculo esquelético e uma consequência imediata é a redução no seu conteúdo intracelular. Em seguida, com a escassez das reservas, as concentrações plasmáticas diminuem e um estado de deficiência se instala.
As alterações descritas anteriormente poderiam ser amenizadas pelo fornecimento exógeno deste nutriente. Em estados catabólicos, é necessário consumir entre 20g e 40g de glutamina por dia. A quantidade obtida da dieta é inferior a 10 g, considerando que as proteínas alimentares contêm cerca de 4% a 8 % de glutamina e a produzida diariamente nos músculos é de 9g a 13g.
Diversos trabalhos publicados recentemente com animais e humanos demonstraram que a administração de glutamina exógena, através de formas estáveis e disponíveis comercialmente, favorece a proliferação de células do trato gastrintestinal e é importante para a manutenção da resposta imunológica do hospedeiro, além de atenuar a proteólise e melhorar o balanço nitrogenado. Por essa razão, a glutamina tem sido considerada um agente coadjuvante importante no tratamento de enfermidades que levam a estados hiper metabólicos. Pacientes com Aids, por exemplo, podem beneficiar-se com a melhora da função imune, a manutenção da integridade da mucosa intestinal e o balanço de nitrogênio, minimizando os efeitos catabólicos da caquexia. Por outro lado, os efeitos da glutamina sobre o sistema imune e na barreira intestinal são importantes para a prevenção da septicemia.
A nutrição e a funcionalidade intestinal estão intimamente relacionadas. O principal papel do intestino é digerir e absorver os nutrientes. Consequentemente, enfermidades gastrintestinais resultam em má nutrição e em aumento da mortalidade e da morbidade. Por exemplo, vários estudos demonstraram que entre 50 e 70 % dos pacientes adultos com doença de Crohn, inflamação crônica do intestino delgado de etiologia ainda desconhecida, ficam abaixo do peso normal e 80 % destes ficam anêmicos. Por outro lado, a desnutrição corporal crônica debilita a digestão e absorção porque os alimentos e nutrientes, além de serem importantes para o desenvolvimento do intestino, também fornecem as moléculas necessárias para a síntese de enzimas digestivas e células absortivas. A ausência de alimento resulta em atrofia da mucosa intestinal, diminuição da produção de enzimas digestivas, estase intestinal (perda de fluido intestinal) e aumento da população bacteriana. A combinação desses fatores prejudica a integridade da barreira intestinal, aumentando o risco de translocação bacteriana, colestase (interrupção no fluxo de bile), formação de cálculo biliar, disfunção hepática, má absorção de nutrientes e diarreia.
As células epiteliais da mucosa colônica utilizam como fonte energética primária, ácidos graxos de cadeia curta, principalmente os ácidos acético, propiônico e butírico. Esses são formados pela fermentação bacteriana anaeróbia de fibras residuais contidas no bolo fecal. Em segmentos derivados do cólon, a ausência do bolo fecal impede essa formação e sua conseqüente absorção e utilização pelas células epiteliais. Nessa situação, a glutamina, que é um substrato energético secundário para essas células, passa a ser primordial, podendo ser utilizada preferencialmente à glicose como fonte energética. Estudos experimentais recentes têm demonstrado que a glutamina pode ser um elemento com atividade energética e trófica importante para o intestino submetido a situações de estresse.
Referência Bibliográfica
HIGASHI, Leonardo et al. Suplementação de glutamina na permeabilidade intestinal relacionada com a atividade física. RBNE-Revista Brasileira De Nutrição Esportiva, v. 14, n. 84, p. 1-14, 2020.
LOPES-PAULO-TSBCP, FRANCISCO. Efeitos da glutamina sobre a parede intestinal e sua aplicabilidade potencial em coloproctologia. Rev bras Coloproct, v. 25, n. 1, 2005.
PADOVESE, Renato et al. Aplicações clínicas da glutamina. Revista Contexto & Saúde, v. 2, n. 03, p. 67-86, 2002.
PEREIRA, Izabela Gelisk; FERRAZ, Izabela Aparecida Rodrigues. Suplementação de glutamina no tratamento de doenças associadas à disbiose intestinal. Revista brasileira de saúde funcional, v. 1, n. 1, p. 46-46, 2017.

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BETAGLUCANA E O SISTEMA IMUNE

Escrito por Isabella Brescia

Sempre que falamos em sistema imunológico pensamos nos mecanismos responsáveis pela manutenção das defesas do organismo, ou nas diferentes formas de respostas contra agentes causadores de doenças. Contudo, esse sistema desempenha outras funções importantes e fundamentais para a manutenção fisiológica e prevenção de metabolismos favoráveis ao estabelecimento de doenças crônicas.

Através das reações imunológicas promovemos direta ou indiretamente os processos inflamatórios, infecciosos, controle sobre possíveis células tumorais ou tumores já estabelecidos, reconhecimento e manutenção de nossa microbiota e consequentemente nosso microbioma, além de outras influências bioquímicas distribuídas em todos os tecidos que compõe nosso corpo.

β-glucanas são polissacarídeos constituintes estruturais da parede celular de leveduras, fungos e alguns cereais, que se diferenciam pelo tipo de ligação entre as unidades de glicose da cadeia principal e pelas ramificações que se conectam a essa cadeia. Nas últimas décadas estes polímeros vem recebendo especial atenção por sua bioatividade, principalmente no que se refere a imunomodulação. Além disso, inúmeros efeitos benéficos como prebiótico, antitumoral, antinflamatório, antibacteriano, antiviral, anticoagulante, antimutagênico, hipocolesterolêmico e hipoglicêmico têm sido relacionados à β-glucanas. Uma importante fonte de β-glucana é a parede celular de Saccharomyces cerevisiae, também conhecida como levedura de fermentação, que é amplamente empregada nas indústrias de panificação, cervejaria e sucroalcoleira.

Como prebiótico, limitam o desenvolvimento potencial de bactérias patogênicas, mediante inibição competitiva dos locais de ligação na mucosa intestinal. Contudo, como imunomodulador, estimulam a imunidade celular e humoral, contribuindo para as atividades antitumoral, além de modular a liberação de citocinas e reduzir a resposta inflamatória.

A β-glucana é designada como um modificador da resposta biológica pois, ao ser reconhecida pelo organismo desencadeia uma série de eventos na resposta imune. Em vertebrados este reconhecimento ocorre através de receptores específicos de superfície celular e em seguida o sistema imune é estimulado pela β-glucana em resposta a inúmeras situações prejudiciais ao indivíduo. A modulação da β-glucana inclui a ativação de macrófagos e linfócitos polimorfonucleares, além da indução da expressão de diversas citocinas.

Atualmente, sabe-se que o mecanismo de ação antitumoral das β-glucanas, efetivo inclusive em situações de metástase, atua pela ativação e ampliação das diversas funções imunológicas do hospedeiro, constituindo-se de um tratamento que melhora a imunosobrevivência do hospedeiro ao tumor. Em adição, tem efeito antagônico à imunossupressão decorrente da quimioterapia e de tratamentos com irradiação. Os efeitos antitumorais da β-glucana são baseados principalmente, na habilidade de ativar leucócitos pelo estímulo da atividade fagocítica e produção de citocinas como o TNF-α.

Inúmeras pesquisas realizadas, principalmente no Japão, comprovaram que a β-glucana de levedura realça os efeitos do tratamento quimioterápico e melhora a qualidade da sobrevida com pacientes de câncer tratados com radiação. No referido país, algumas β-glucanas licenciadas para o uso terapêutico vêm sendo utilizadas nas últimas décadas como adjuvantes na terapia antitumoral.

A eficácia imunológica da β-glucana de levedura é bastante documentada em relação ao auxílio, de forma direta e indireta ao sistema imunológico, promovendo estímulos celulares e liberação de citocinas. Estudos recentes demonstraram eficácia na administração de β-glucana no estímulo de destruição de células tumorais e na recuperação de quadros diarreicos crônicos pós quimioterapia e antibioticoterapia.

Referência Bibliográfica

ABBAS, A K; LICHTMAN, A. H; PILLAI, S. H. I. V. Imunologia Celular e Molecular. 7. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

MAGNANI, Marciane; CASTRO-GÓMEZ, Raul Jorge Hernan. Beta-glucana from Saccharomyces cerevisiae: Constitution, bioactivity and obtaining. Semina: Ciências Agrárias, v. 29, n. 3, p. 631-650, 2008.

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ARGININA NA ATIVIDADE FÍSICA

Por Isabella Brescia

A L-arginina, um aminoácido básico e hidrofílico, o qual é classificado nutricionalmente como aminoácido condicionalmente essencial ou condicionalmente indispensável. A L-arginina apresenta funções relevantes no metabolismo proteico relacionadas à síntese proteica, no metabolismo do ciclo da ureia, na síntese de óxido nítrico, creatina e poliaminas, e na estimulação da secreção do GH. A L-arginina também apresenta capacidade imunoestimulatória e timotrófica e atua como precursora de prolina e hidroxiprolina, substâncias necessárias para a síntese de tecidos.

 A ingestão diária média de L-arginina é de 5 g e sua concentração plasmática é de aproximadamente 75 µM/L, sendo que esse valor é influenciado pelo estado alimentado e de jejum. Cabe ressaltar que o rim é o órgão primário responsável pela manutenção da concentração plasmática de L-arginina. Em indivíduos saudáveis, este aminoácido pode ser sintetizado em quantidades suficientes para atender a demanda fisiológica, com sua taxa de ressíntese endógena inalterada por diversos dias de deficiência de consumo. Entretanto, em períodos de rápido crescimento, ou em resposta ao estresse traumático ou patológico, sua demanda fisiológica pode não ser atendida de maneira sufi ciente por meio da ingestão dietética e ressíntese endógena, necessitando de fontes alimentares a fim de suprir suas necessidades.

Em função de existir uma demanda metabólica contínua de L-arginina, sua ressíntese pode ocorrer a partir do glutamato ou prolina, sendo a expressão de todas as enzimas necessárias para sua síntese restrita ao fígado e à mucosa intestinal. Outra via de ressíntese endógena ocorre a partir da citrulina que, quando captada pelo rim, se transforma indiretamente em L-arginina no ciclo renal e/ou diretamente no citoplasma das células endoteliais e dos macrófagos.

L-arginina e Óxido nitrico

Alguns trabalhos foram realizados avaliando o efeito do exercício físico sobre a produção de fatores relaxantes e sua correlação com os efeitos benéficos da atividade física. Evidências indicam que, quando praticado em intensidades moderadas, o exercício é capaz de induzir ao aumento do relaxamento da musculatura lisa vascular e não vascular, ação essa atribuída principalmente ao NO produzido pelas células endoteliais em resposta ao exercício. Com isso, o NO relaciona-se positivamente com os efeitos benéficos da prática regular de exercícios físicos e em condições basais:

Condições Basais

  • Homeostase sanguínea
  • Neurotransmissor
  • Antibactericida
  • Antiparasítico
  • Antiviral
  • Antitrombótico
  • Antiaterosclerótico

Exercício Físico

  • Sinalização intracelular
  • Estímulo para síntese proteica muscular esquelética
  • Maior tolerância ao esforço
  • Aumento da secreção de GH
  • Maior aporte de oxigênio à musculatura esquelética
  • Vasodilatação

L-arginina e Hormônio do Crescimento

A suplementação de L-arginina isolada ou em combinação com o exercício promove aumento significativo na secreção de GH em relação ao período de repouso; contudo, o exercício isolado ainda é o agente potencial para tal resposta endócrina, ou seja, indivíduos submetidos a um programa de treinamento apresentam aumento significativo na secreção de GH em relação ao repouso, suplementação isolada e combinada com exercício de L-arginina.

Aparentemente, todos os processos metabólicos relacionados com a atividade física são melhorados e potenciados com o uso da arginina, uma vez que ocorre melhor perfusão sanguínea ao nível muscular, proporcionando maior aporte de nutrientes (os músculos são capazes de produzir energia durante mais tempo) e de oxigênio (evitando e/ou protelando o processo de anaerobiose), ao mesmo tempo que favorece a eliminação das substâncias tóxicas acumuladas durante a prática da atividade física, facilitando o processo de recuperação muscular.

A administração oral de 3g/dia de L-arginina parece potencializar os efeitos do treinamento com pesos, proporcionando maior ganho de força e massa muscular e contribuindo para a diminuição do percentual de gordura corporal.

O efeito adverso observado na suplementação de altas doses de L-arginina, tanto aguda como crônica, como de qualquer outro aminoácido, está associada à ocorrência de desconforto gastrintestinal e diarreia.

Referência Bibliográfica

ANGELI, Gerseli et al. Investigação dos efeitos da suplementação oral de arginina no aumento de força e massa muscular. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 13, p. 129-132, 2007.

NICASTRO, Humberto; ROGERO, Marcelo Macedo; DATTILO, Murilo. A suplementação de L-arginina promove implicações ergogênicas no exercício físico? Evidências e considerações metabólicas. Rev. bras. ciênc. mov, p. 115-122, 2008.

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Aplicações clínicas da CoQ10

Os benefícios da Coenzima Q10 vêm sendo estudados para o tratamento de doenças.

Escrito por Isabella Brescia

A CoQ10 pode ser encontrada em todas as células do corpo humano, porém as maiores concentrações são observadas nos tecidos do coração, fígado, cérebro e músculo esquelético. Localiza-se na membrana interna das mitocôndrias, onde realiza a interação com enzimas específicas, atuando como uma coenzima essencial na cadeia respiratória mitocondrial. Ela possui a capacidade de proteger proteínas da membrana mitocondrial, fosfolipídeos e o DNA dos danos oxidativos, além de poder regenerar outros antioxidantes como o ácido ascórbico e o alfa-tocoferol.

A CoQ10 é sintetizada pelas células do corpo humano, mas também pode-se obtê-la a partir de dieta, podendo contribuir para a concentração desta enzima no organismo. Pequena quantidade são encontradas em ovos, cereais, produtos lácteos, frutos secos como nozes e nos vegetais (principalmente espinafre e brócolis). Carne vermelha, peixe e de aves são fontes ricas em CoQ10. Ela também é comercializada como suplemento alimentar ou nutracêutico e utilizada em formulações cosméticas.

Devido a sua capacidade de atuar como antioxidante, o interesse pela CoQ10 vem aumentando muito, apresentando uma elevada eficácia, visto que se encontra abundantemente distribuída pelo organismo e tem a aptidão de se reduzir ou reativar-se quando necessário. Na sua forma reduzida, ela é um poderoso antioxidante que previne danos oxidativos causados pelos radicais livres. Inclusive estudos recentes demonstraram a relevância da CoQ10 na resistência do DNA aos danos oxidativos. Após o seu uso os linfócitos do sangue periférico de indivíduos portadores de doenças mitocondriais apresentaram uma significativa redução das quebras de fita simples e duplas do DNA.

A CoQ10 tem grande importância também no tratamento de desordens mitocondriais e neuromusculares e doenças neurodegenerativas. Em experimentos com doenças neurodegenerativas, a CoQ10 demonstrou neuroproteção e efeitos protetores sobre disfunção mitocondrial. A administração de CoQ10 aumentou sua concentração nas mitocôndrias de células do cérebro exercendo efeitos de proteção sobre lesões induzidas, além de proteger neurônios dopaminérgicos. Estes estudos experimentais vêm demonstrando resultados promissores em doenças neurodegenerativas tais como doença de Huntington, Parkinson, Alzheimer e esclerose lateral amiotrófica.

Sua utilização e benefícios vêm sendo estudados para o tratamento de outras doenças e  síndromes, como doenças cardíacas, melhoria na qualidade do sêmen de homens inférteis, síndrome de Down, câncer de mama e no tratamento de enxaquecas.

A deficiência de CoQ10 pode ser definida como a presença de níveis reduzidos de CoQ10 em tecidos ou células e, para se obter uma estimativa de sua concentração usa-se o plasma. A deficiência de CoQ 10 pode resultar de síntese prejudicada, defeito genético ou adquirido que prejudique sua síntese ou função e ainda ser decorrente de aumento da requisição por tecidos com patologias específicas. A forma secundária de deficiência de CoQ10 é observada em doenças cardiovasculares, diabetes, doença renal crônica, doenças hepáticas, distúrbios neurodegenerativos, e câncer. Além disso, os níveis de CoQ10 decrescem com o avançar da idade, fator que pode estar relacionado a eventuais manifestações do envelhecimento. Estudos mostraram que a suplementação oral com CoQ10 pode aumentar níveis teciduais deste nutriente, havendo associação com redução do risco de mortalidade por doença cardiovascular em idosos, assim como reduzir também o risco de mortalidade em pacientes com diabetes tipo II, doença renal crônica ou hepática, seja por efeitos no processo primário da doença ou na disfunção cardiovascular secundária.

A administração oral de CoQ10 geralmente é bem tolerada, sem efeitos adversos graves detectados no uso de longo prazo. Raramente alguns indivíduos podem apresentar efeitos gastrointestinais como dor abdominal, vômitos, náuseas, diarreia e anorexia e este sintoma não está relacionado à dose. Não há efeitos colaterais tóxicos conhecidos ou relatos de superdosagem. A segurança do uso da CoQ10 foi confirmada em centenas de ensaios clínicos randomizados, em uma ampla gama de distúrbios, incluindo doenças cardiovasculares, doenças de Parkinson e doenças mitocondriais.

Referência Bibliográfica JACOBS, Mônica Amadio Piazza; ACCURSIO, Wilmar. Coenzima Q10: Aplicações clínicas. BWS Journal, v. 3, p. 1-7, 2020.

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Beta alanina e rendimento no esporte

A suplementação    de    beta-alanina parece  ser  segura  em  populações  saudáveis nas  doses  recomendadas.

Por Isabella Brescia

A fadiga muscular, que pode ser definida como a incapacidade do musculo esquelético em manter uma determinada tensão ou de manter o exercício físico a uma dada intensidade, é um dos principais fatores que influenciam o rendimento esportivo. Embora sua causa seja multifatorial, evidências indicam um papel relevante da depleção de substratos energéticos e o acúmulo intramuscular de metabólitos como adenosina difosfato (ADP), fósforo inorgânico (Pi), ácido lático, lactato e íons de hidrogênio (H+) como potenciais causadores da fadiga muscular.

A explicação mais clássica e aceita é relativa ao acúmulo de ácido lático intramuscular. O lactato não exerce nenhum efeito negativo sobre a função contrátil do músculo, entretanto os íons de H+ resultantes da dissociação do ácido lático têm real importância na contração muscular, sendo responsáveis por um processo denominado acidose muscular. O acúmulo de H+ proporciona redução do potencial hidrogeniônico (pH), acidificando o meio, contribuindo para a fadiga intramuscular e promovendo uma série de consequências negativas, como redução da tensão músculo-esquelética, inibição da atividade da enzima glicolítica fosfofrutoquinase e limitação da contração muscular.

Uma maneira eficaz de neutralizar esse efeito é o tamponamento desse elemento. Um recurso ergogênico muito utilizado e com forte evidência científica é a suplementação com beta-alanina. A  beta-alanina  é  um  aminoácido produzido   endogenamente no fígado podendo    também    ser obtida através do consumo  de  alimentos  como  carnes.

A beta-alanina é um precursor limitante da síntese da carnosina, um  dipeptídeo  formado pela  combinação  dos  aminoácidos  L-histidina e  beta-alanina  através  da  enzima  carnosina sintase. Essa enzima apresenta maior afinidade   pela   histidina   em   comparação   à beta-alanina. Além disso, a concentração intra e extracelular de histidina  é  significativamente maior do que a de beta-alanina, o que torna a síntese de carnosina limitada pela disponibilidade de beta-alanina. A    carnosina   é   predominantemente armazenada   no   músculo   esquelético uma   de   suas   funções   é   tamponar prótons intracelulares, reduzindo a acidose e o tempo de fadiga.

Além de sua  função  como  tampão  de prótons, recentemente, outros papéis têm sido atribuídos  à  carnosina,  como  proteção  contra danos   oxidativos,   glicação   e   regulação   da sensibilidade ao cálcio. O aumento da  carnosina  no  músculo tem  sido  considerado  um  fator  de  reforço  das capacidades  físicas  e  diminuição  da  fadiga neuromuscular. Porém, a suplementação de carnosina oral é  um  método  ineficiente  para  elevar  os níveis   de   carnosina   muscular   nos   seres humanos devido  ao  fato  de  não  ser  absorvida  em  sua forma  íntegra.

A  suplementação   de  1,6g  /   dia  de beta-alanina  durante  2  semanas  mostrou-se suficiente    para    aumentar    os    níveis    de carnosina muscular, enquanto  benefícios  no exercício foram apesentados a partir de doses que  variam  de  3,2  a  6,4g  /  dia  durante  4-12 semanas.   Os indivíduos  são  aconselhados  a  suplementar beta-alanina  diariamente  por  um  mínimo  de  2a 4 semanas com uma dose de 3,2 a 6,4g / dia divididas ao longo do dia (0,8 a 1,6g a cada 3-4  horas). Essa  suplementação  resulta  em  um  aumento de  20  a 30%  nas concentrações de carnosina no   músculo   em   duas   semanas, com maiores benefícios observados  após  4  semanas  (40  a  60%  de aumento).

A beta-alanina é absorvida tanto no jejuno quanto no íleo – em taxas semelhantes, e transportada diretamente para a circulação através dos enterócitos, um substrato comum a esse transportador é a taurina, sugerindo, então, que pode haver competição entre taurina e beta-alanina, se ingeridas concomitantemente. Logo, sugere-se evitar o consumo de taurina para impedir essa competição e, consequentemente, o declínio da absorção de beta-alanina. Enquanto o consumo   de   beta-alanina juntamente   com   a   refeição   é  eficaz   para potencializar    o    aumento    dos    níveis    de carnosina  muscular.

O  fracionamento  da  ingestão  de  beta-alanina  é  indicado  para  evitar  os  sintomas  de parestesia,  descritos  como  formigamento  ou coceira causando irritação à pele,   que   aparece   dentro   de   10   a   20 minutos depois de consumir o suplemento e pode durar cerca de 60 minutos ou mais. Outra forma de se evitar os sintomas da parestesia é utilizar uma    formulação    de liberação lenta,   reduzindo   a   concentração plasmática   máxima   de   uma   dose   única, enquanto  a  liberação  no  sangue  é  mantida durante    6 horas.

Por fim, a suplementação    de    beta-alanina parece  ser  segura  em  populações  saudáveis nas  doses  recomendadas,  com  moderada  a alta  probabilidade  de  aumentar  a duração do exercício e desempenho, retardando a fadiga muscular.

Referência bibliográfica

FERREIRA, Carolina Caberlim et al. Atualidades sobre a suplementação nutricional com beta-alanina no esporte. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, v. 9, n. 51, p. 271-278, 2015.

PAINELLI, Vitor de Salles. Influência do estado de treinamento sobre o desempenho físico em resposta à suplementação de beta-alanina. 2013. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

ZANDONÁ, Bruna Amorim et al. Efeito da suplementação de beta-alanina no desempenho: uma revisão crítica. RBNE-Revista Brasileira De Nutrição Esportiva, v. 12, n. 69, p. 116-124, 2018. LAGE, Marcelo Henrique et al. Efeitos ergogênicos da beta-alanina para a performance. Cadernos UniFOA, v. 16, n. 46, 2021.

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Nutrição na Melhor Idade

Para gozar de boa saúde, se sentir forte e bem-disposto o idoso precisa de nutrientes ativos para melhorar o sistema imune.

Escrito por Isabella Brescia

Envelhecer bem depende de uma boa alimentação e se manter ativo, nos dias de hoje, as pessoas estão se mantendo mais em forma, se sentindo melhor, mais capaz e vivendo por mais tempo que no passado. Embora os genes tenham seu papel no processo de envelhecimento, a alimentação nessa fase da vida pode fazer toda a diferença na qualidade de vida.

Nesse período, o corpo se torna menos eficiente em absorver e metabolizar diversos minerais e vitaminas, além do uso prolongado de alguns medicamentos que podem reduzir a absorção de certos nutrientes. Portanto é ainda mais importante que os alimentos consumidos sejam nutritivos. Outro fator importante é a redução das atividades diárias, resultando num ritmo metabólico mais lento e consequentemente no ganho de peso.

O excesso de peso aumenta o risco de doenças mais graves como diabete, hipertensão arterial e doenças cardíacas, e exige um esforço extra das articulações, tornando doenças como artrite mais dolorosas e osteoartrite mais frequente (condição degenerativa que afeta as articulações do quadril e joelho causando dor, rigidez e perda de mobilidade).

Uma em cada 10 pessoas acima de 60 anos desenvolve a diabete não dependente da insulina, e a mudança na alimentação na maioria das vezes é suficiente para controlar a doença. A melhor forma de se proteger contra a diabete é manter o peso saudável e praticar atividade física regularmente. O risco de se tornar diabético é 5 vezes maior em pessoas com o índice de massa corporal acima de 30, e a atividade física regular reduz o risco em 40%.

Os sentidos de olfato e paladar vão se tornando menos aguçados com a idade, e o idoso se sente tentado a usar mais sal, correndo o risco de aumentar sua pressão arterial. Em vez de aumentar o sal, o ideal é experimentar o uso de alho, suco de limão, mostarda e vinagre de maçã para temperar os pratos. O cuidado dos dentes não deve ser negligenciado e se faz uso de prótese, elas devem se ajustar bem a gengiva, para que o idoso possa saborear a comida sem desconforto.

Para gozar de boa saúde, se sentir forte e bem-disposto o idoso precisa de nutrientes ativos para melhorar o sistema imune:

Vitamina B6 e B12

À medida que envelhecemos a absorção dessas vitaminas diminui, portanto, na maioria das vezes é necessário tomar suplementos. Carne de porco, peixes, ovos, cereais, integrais, pão integral, banana, leguminosas e nozes são boas fontes.

Vitamina C

Além de um excelente antioxidante, a vitamina C fortalece o sistema imune, promove a cicatrização e aumenta a absorção de ferro. Frutas cítricas, tomate, pimentão e brócolis contém em abundância.

Vitamina E

A vitamina E, que é encontrada sobretudo em cereais integrais, verduras, azeite e vegetais, apresenta importante papel antioxidante, na estimulação da resposta imunológica e na inibição da formação de moléculas produtoras de tumores. Há estudos que relacionam a ingestão de vitamina E à redução de incidência de risco cardiovascular, ao retardo da progressão de demências já instaladas, como a doença de Parkinson e a de Alzheimer e ao aumento da capacidade funcional de indivíduos idoso

Vitamina D e Cálcio

A vitamina D ajuda a absorver o cálcio e mantém os ossos e músculos saudáveis além de participar do metabolismo de vários órgãos. Muitos idosos apresentam deficiência de vitamina D, que é produzida pela ação dos raios solares sobre a pele. Quando o tempo estiver bom, 30 minutos de exposição solar diariamente são suficientes para manter os níveis sanguíneos. À medida que o corpo envelhece a absorção de cálcio vai se tornando menos eficiente. Os laticínios são as melhores fontes. Suplementos de vitamina D e cálcio na maioria dos idosos se faz necessário.

Potássio e Magnésio

O uso prolongado de medicamentos, como diuréticos, pode acelerar a perda de potássio e magnésio, e níveis baixos desses minerais podem causar depressão e fraqueza muscular. Banana, carne, batata, laranja e frutas secas são ricas em potássio e nozes, banana, damasco e soja oferecem boa quantidade de magnésio.

Zinco e Cobre

Ambos fortalecem o sistema imune e com frequência seus níveis são baixos em idosos. Carne, fígado, abóbora e semente de girassol são boas fontes de zinco e quanto ao cobre é encontrado em cacau em pó, fígado e nozes.

Proteínas

Essencial para regeneração e construção dos tecidos. O idoso precisa de 1,0 a 1,5 de proteínas/ kg de peso/dia que pode ser obtido nas carnes magras, laticínios, leguminosas e suplementos proteicos.

Líquidos

Nessa fase da vida o corpo está menos sensível a sede e mais vulnerável a desidratação. Há casos em que a confusão mental, diagnosticada como senilidade, é interrompida pelo aumento da ingestão de líquidos. Água, suco de frutas, chá de ervas, vegetais e frutas suculentas devem ser ingeridos várias vezes ao dia. No entanto chás com alto teor de cafeína (chá verde, chá preto e chá mate), café e álcool devem ser evitados por serem diuréticos.

O envelhecimento não é algo a ser temido, ao contrário, é um período de maturidade relaxada e realizada, e não de declínio passivo. Uma alimentação equilibrada, associada a prática de exercícios físicos e suplementos são formas de prolongar as atividades prazerosas assim como a expectativa de vida.

Referência bibliográfica

HUNTER, Fiona et al, A Comida Certa para o seu Corpo. Rio de Janeiro, Reader`s Digest, 2003 TRAMONTINO, Vanessa Silva et al. Nutrição para idosos. Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo, v. 21, n. 3, p. 258-267, 2017.

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saúde

O triptofano e o sono

Triptofano é um aliado para o tratamento das desordens do sono.

Escrito por Isabella Brescia

O sono é um processo biológico que apresenta alternância com períodos de vigília, modulado por hormônios e funções neuronais, tais como mecanismos fisiológicos que modificam a temperatura corporal, produção de hormônios e função cardíaca, levando a um estado neurológico restaurador essencial ao crescimento aprendizado/memória e funcionamento do organismo. Anormalidades no sono podem acarretar má qualidade de vida e a longo prazo em hipertensão, diabetes, obesidade, depressão, ataque cardíaco e acidente vascular cerebral.

Vários produtos farmacológicos são usados para melhorar os sintomas da sonolência ou do sono pobre em duração e qualidade. O uso de ansiolíticos e hipnóticos tem aumentado muito na última década, entretanto, o uso por longo período não é recomendado, principalmente em idosos, devido ao risco de desenvolvimento de dependência e de outros efeitos adversos, que podem manifestar-se por sonolência, vertigem, cansaço, confusão mental, cefaleia, ansiedade, letargia, ataxia, hipotensão postural, amnésia retrógrada, acidentes, tolerância, dependência e aumento na frequência de quedas.

Acredita-se que um aliado para o tratamento das desordens do sono seja o triptofano (TRP), que por sua vez, é um aminoácido precursor da melatonina e serotonina. O TRP e alguns dos seus produtos metabólicos, como serotonina e melatonina, participam da regulação do humor, do sono e dos ritmos circadianos e são usados para tratar insônia e apnéia do sono.

O consumo de alimentos como leite, frutas frescas, vegetais, grãos integrais, fontes de proteínas com baixo teor de gordura, vitaminas do complexo B, minerais e carboidratos não refinados têm sido relacionados à qualidade do sono. Entre esses alimentos, aqueles que afetam a disponibilidade de triptofano e a síntese de serotonina e melatonina podem interferir no ciclo sono-vigília. 

Quando a concentração de triptofano na corrente sanguínea aumenta, sua passagem pela barreira hematoencefálica é facilitada e, no cérebro, esse aminoácido é metabolizado seguindo duas vias principais: a via da quinurenina e a via do 5-hidroxitriptofano. A enzima triptofano-2,3-dioxigenase (TDO) catalisa o primeiro passo da via da quinurenina, onde o triptofano é convertido em niacina (vitamina B3). A niacina, por sua vez, suprime a atividade da TDO, priorizando o caminho da formação do 5-hidroxitriptofano. Nesse caminho, o triptofano é convertido em serotonina, que, por meio de um processo enzimático dependente de ácidos graxos, é convertida em melatonina na glândula pineal.

A secreção da melatonina ocorre exclusivamente à noite, iniciando-se cerca de 2 horas antes do horário habitual de dormir atingindo níveis plasmáticos máximos entre 03:00 e 04:00 horas, variando de acordo com o cronotipo (ciclo fisiológico de 24 horas) do indivíduo.

Entre as várias ações da melatonina já comprovadas, se destacam: imunomodulatória (agindo sobre linfócitos, citocinas, entre outros), antiinflamatória (inibindo prostaglandinas e regulando a COX-2), antitumoral (inibindo mitoses e suprimindo a recaptação do ácido linoléico, regulando assim receptores de estrogênio), antioxidante (regulando pró-oxidantes envolvidos na síntese do óxido nítrico e lipoxigenases), e cronobiológica (regulando os ritmos biológicos).

As condições do indivíduo (temperatura, sonolência) e do ambiente (luzes acesas, postura durante o sono) no momento da administração da melatonina parecem ser importantes e influenciam a eficácia, independentemente da dose. Administração de 2 mg às 17:00 horas sem qualquer controle da luz do ambiente ou da postura do paciente provoca sonolência somente após cerca de 3 a 4 horas, enquanto pequenas doses (0,1 a 10 mg) administradas a indivíduos em deitados e sob luz fraca induzem o sono rapidamente. Posteriormente, evidenciou-se que tais resultados diferiam devido à postura, pois o decúbito facilita a sonolência.

Para análise da eficácia de drogas sobre o sono, são avaliados os seguintes critérios: latência para o início do sono; eficiência do sono; duração total do sono; sentimento de sono restaurador; melhora da funcionalidade no período diurno. Considerando os três primeiros critérios (por serem objetivos) observamos os efeitos benéficos do triptofano e da melatonina com poucos ou nenhum efeito adverso relatado, mas com garantia de boa qualidade do sono. Assim, a suplementação com triptofano ou melatonina pode representar uma excelente alternativa terapêutica no tratamento da insônia no sentido de promover ao paciente a redução dos efeitos adversos e a eficácia terapêutica almejada, contribuindo com o uso racional de medicamentos hipnóticos.

Referências Bibliográficas

DE ANDRADE, Eduarda Aparecida Franco et al. L-Triptofano, ômega 3, magnésio e vitaminas do complexo B na diminuição dos sintomas de ansiedade. Id on Line Revista de Psicologia, v. 12, n. 40, p. 1129-1138, 2018.

GONÇALVES, Laura Faustino; HAAS, Patrícia. Impacto da alimentação associada ao hábito do sono: uma revisão sistemática. Research, Society and Development, v. 9, n. 11, p. e57791110238-e57791110238, 2020.

LIMA, Leonardo da Silva; SILVA, Carla Pequeno da. Triptofano no sono: uma revisão sistemática baseada no método PRISMA. Id on Line Rev.Mult. Psic., 2018, vol.12, n.42, Supl. 1, p. 397-407. ISSN: 1981-1179.

MARINS, Lais et al. Dieta rica em triptofano pode influenciar a qualidade do sono em diferentes fases da vida. DEMETRA: Alimentação, Nutrição & Saúde, v. 15, p. 44327, 2020. SILVA, Daiany Bordini da et al. Benefícios do uso da melatonina no tratamento da insônia e qualidade do sono. CuidArte, Enferm, p. 75-80, 2020.

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Vitamina D

A vitamina D pode vir de fontes alimentares ou através da exposição À luz solar.

Escrito por Isabella Brescia

O papel da vitamina D na regulação do metabolismo fósforo – cálcio, assegurando, entre outras funções, uma mineralização óssea normal, é há muito conhecido. Evidências recentes correlacionam níveis insuficientes de vitamina D com um risco aumentado de desenvolvimento de outras patologias não ósseas: doenças cardiovasculares, hipertensão, neoplasias, diabetes, esclerose múltipla, demência, artrite reumatoide, doenças infeciosas. Os diferentes efeitos da vitamina D são mediados por vários receptores em diferentes órgãos além dos ossos e intestino, como cérebro, próstata, mama, células do sistema imunitário, do músculo liso vascular e em miócitos cardíacos, que regulam mais de 200 genes. Valores plasmáticos suficientes de vitamina D são, portanto, fundamentais para manter uma boa saúde em geral.

A vitamina pode ser sintetizada na pele a partir da exposição à luz solar (radiação ultravioleta na faixa de 290-315  nm) ou vir de fontes alimentares (entre 100-200  UI por dia)  como peixes de águas geladas, gema de ovo, laticínios e cogumelos.

A síntese de vitamina D através da pele é bastante variável, dependendo da pigmentação, latitude, estação do ano, vestuário, idade, uso de protetor solar e condições meteorológicas locais. Os níveis de vitamina D são consideravelmente mais baixos na raça negra do que na raça branca, devido à maior pigmentação da pele. Nas latitudes nórdicas, estes níveis nivelados cerca de 20% desde o final do verão até a ocorrência do inverno, no entanto, 30 minutos de exposição corporal ao sol durante o verão rapidamente originam vitamina D suficiente.

Os níveis de vitamina D podem ainda variar de acordo com fatores hormonais, genéticos e nutricionais. Por exemplo, o Índice de Massa Corporal (IMC) correlaciona-se de forma indireta com os valores séricos de vitamina D, que são menores em obesos. Esta diferença pode ser parcialmente explicada pela diminuição da atividade física e exposição solar em obesos.

Como discutido anteriormente, a deficiência de vitamina D não é somente um fator para doenças ósseas como raquitismo, osteomalácia e osteoporose, mas também pode ter participação no desenvolvimento de doenças malignas, inflamatórias e autoimunes. Adequada concentração sérica desta vitamina é muito importante para todos os estágios de vida, desde o desenvolvimento fetal até a senescência. É consenso que o nível sérico da 25-OHD3 é o melhor indicador de suficiência de vitamina D. Os níveis séricos tidos como adequados ou não ainda são muito discutidos na literatura. Bischoff-Ferrari e col., em 2006, avaliaram qual seria a concentração sérica ótima da 25- OHD3 para resultados não esqueléticos de significante importância para a saúde pública, incluindo função das extremidades baixas, quedas, saúde dental e prevenção de câncer colorretal durante a vida adulta. Os autores concluíram que a concentração sérica que traria maiores benefícios seria aquela em torno de 75 nmol/l (30ng/ml), mas que melhor ainda seria entre 90 e 100 nmol/l 36-40 ng/ml).

A vitamina D usada para fins de suplementação ocorre em 2 formas principais: o colecalciferol (vitamina D3, a forma animal natural) e o ergocalciferol (vitamina D2, derivado das plantas). Estudos sugerem que estas 2 vitaminas são equivalentes; ambas aumentam os níveis séricos de 25(OH)D de forma semelhante, sugerindo uma absorção equivalente. Foi demonstrado, no entanto, que, apesar dos aumentos dos níveis séricos de 25(OH)D serem semelhantes após 3 dias nos doentes tratados com vitamina D3, os níveis séricos de 25(OH)D continuam a aumentar atingindo valores máximos após 14 dias. Nos doentes tratados com vitamina D2 os níveis séricos de 25(OH)D caem rapidamente; ao 14.° dia estes valores são idênticos aos observados antes do tratamento.

Sugere-se que todos os adultos com défice de vitamina D sejam tratados com 50.000 IU de vitamina D3, uma vez por semana, durante 8 semanas, ou o seu equivalente de 6.000 IU/dia de vitamina D3, para atingir um nível sérico de 25(OH)D acima de 30 ng/ml, seguida de terapêutica de manutenção com 1.500-2.000 IU/dia.

Em doentes obesos, doentes com síndromes de mal absorção e doentes sob medicação que afeta o metabolismo da vitamina D, sugere-se uma dose mais elevada (2-3 vezes maior; no mínimo 6.000-10.000 IU/dia) de vitamina D para corrigir o défice de vitamina D e manter um nível sérico de 25(OH)D acima de 30 ng/ml, seguida de terapêutica de manutenção com 3.000-6.000 IU/dia.

Segundo dados da Food and Nutrition Board da National Academy of Sciences dos EUA não foi observado toxicidade com o uso continuado da vitamina D3 em doses até 10.000  UI / dia, numa população adulta saudável. Também o uso de doses elevadas (100.000  UI de vitamina D3, de 4 em 4 meses) se revelou seguro numa população adulta e saudável com idade superior a 65 anos.

Casos de intoxicação por vitamina D são muito raros. Podem ocorrer devido a superdosagens em decorrência de erros na formulação de medicamentos, suplementos e alimentos fortificados, quando a vitamina D é adicionada em quantidade excessiva, ou devido ao abuso da ingestão de suplementos. Longa exposição ao sol e excessiva ingestão de alimentos naturalmente ricos em vitamina D não causam intoxicação dessa vitamina. A intoxicação de vitamina D pode levar à hipercalcemia e/ou hipercalciúria e hiperfosfatemia, resultando em perda óssea, litíase renal e calcificação de vasos sanguíneos e rins, se não for tratada por um longo período. Os sintomas da toxicidade incluem perda de apetite, náuseas, vômito, constipação, poliúria, polidipsia, desorientação, perda de peso e, em alguns casos, pode causar  insuficiência renal.

Referências Bibliográficas

ALVES Márcia; BASTOS Margarida; LEITÃO Fátima; MARQUES Gilberto; RIBEIRO Graça; CARRILHO Francisco. Vitamina D–importância da avaliação laboratorial. Revista Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, Volume 8, Issue 1, 2013, Pages 32-39, ISSN 1646-3439, https://doi.org/10.1016/j.rpedm.2012.12.001. (https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1646343913000084)

PLUDOWSKI P; HOLICK MF; PILZ S; WAGNER CL; HOLLIS BW; GRANT WB et al. Vitamin D effects on musculoskeletal health, immunity, autoimmunity, cardiovascular disease, cancer, fertility, pregnancy, dementia and mortality-A review of recent evidence. Autoimmun Rev 2013;28: doi: 10.1016/j. autrev.2013.02.004.

HOLICK MF; BINKLEY NC; BISCHOFF-FERRARI HA; GORDON CM; HANLEY DA; HEANEY RP et al. Evaluation, treatment, and prevention of vitamin D deficiency: an Endocrine Society clinical practice guideline. J Clin Endocrinol Metab 2011;96(7):1911-30.

BISCHOFF-FERRARI HA, GIOVANNUCCI E, WILLETT WC, DIETRICH T, DAWSON-HUGHES B. Estimation of optimal serum concentrations of 25-hydroxyvitamin D for multiple health outcomes. Am J Clin Nutr 2006;84(1):18- 28.

ROMAGNOLI E; MASCIA ML; CIPRIANI C; FASSINO V;  MAZZEI F;  D’ERASMO E; et al. Short and long-term variations in serum calciotropic hormones after a single very large dose of ergocalciferol (vitamin D2) or cholecalciferol (vitamin D3) in the elderly. J Clin Endocrinol Metab, 93 (2008), pp. 3015-3020 ARMAS LA; HOLLIS BW; HEANEY RP. Vitamin D2 is much less effective than vitamin D3 in humans. J Clin Endocrinol Metab, 89 (2004), pp. 5387-5391

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saúde

O papel da Vitamina C

A vitamina C é vital para o processo de cura do corpo.

Escrito por Isabella Brescia

As vitaminas são substâncias orgânicas de pequeno peso molecular, que agem em pequenas doses, sem qualquer valor energético intrínseco; devem ser fornecidas ao organismo que é incapaz de assegurar sua biossíntese, a fim de promover o funcionamento adequado do organismo.

A descoberta do ácido ascórbico (Vitamina C) foi originada dos estudos realizados para detectar a substância existente nas frutas e verduras, que impedia a proliferação do escorbuto entre os marinheiros em longas viagens. Durante as aventuras transoceânicas, os homens do mar alimentavam-se de carne de charque bovina ou de porco, com pão e rum. Não havia em sua dieta frutas e verduras. Dentro deste contexto surgia o escorbuto comprometendo as articulações e provocando inflamações das gengivas, perdas dos dentes e hemorragias causadas pelo rompimento das paredes dos vasos sanguíneos, o sistema imunológico deteriorava-se e o indivíduo morria.

A absorção do ácido ascórbico ocorre no jejuno e no íleo, que são porções distais do intestino delgado, sendo para isto necessária a presença de sódio na luz intestinal. A capacidade que o intestino tem de absorver o ácido ascórbico é de aproximadamente 1 200 mg/24h. Quando o suprimento em ácido ascórbico aumenta muito, a absorção diminui, passando de 49,5% para uma dose oral igual a 1,5 g, a 16,1% para dose igual a 12 g.

O ácido ascórbico distribui-se amplamente em todos os tecidos do organismo. Alguns tecidos, como a glândula supra-renal, a hipófise e a retina, são ricos em ácido ascórbico (1 a 2 mg/g); outros como o fígado, os pulmões, o pâncreas e os leucócitos têm teores médios (0,1 a 1 mg/g). Ainda outros, como os rins, os músculos e os eritrócitos, têm pequenos teores de ácido ascórbico. As reservas corporais totais variam no homem de aproximadamente zero a 3 000 mg; um estoque de 3 000 mg só pode ser mantido com elevados níveis de ingestão, ou seja maiores que 1 g/dia.

A vitamina C participa na hidroxilação da prolina para formar hidroxiprolina na síntese do colágeno e para a integridade do tecido conjuntivo, das cartilagens, da matriz óssea, da dentina, da pele e dos tendões. Está também envolvida na cicatrização, fraturas, contusões, hemorragias puntiformes e sangramentos gengivais. Também reduz a suscetibilidade às infecções (Jacob, 1988). O ácido ascórbico acelera a absorção intestinal dos íons de ferro e sua mobilização, mesmo na presença de fatores inibidores (fitatos, polifenóis, fosfatos, carbonatos e taninos), e influenciando sua distribuição dentro do organismo. Tem sido demonstrado experimentalmente que a vitamina C pode inibir a síntese de Desoxyribonucleic Acid (DNA) e Ribonucleic Acid (RNA) de tumores e reduzir a produção de vírus por interferir na interação célula/vírus. No aspecto clínico, parece desenvolver um papel protetor durante a resposta imune, e a hipótese de que ela pode evitar algumas doenças virais (resfriado) e outras doenças infecciosas têm sido discutida. Outros pesquisadores têm relatado ainda que a vitamina C pode contribuir para alguma melhoria imunológica em pessoas infectadas com HIV.

Vários autores evidenciaram uma diminuição dos teores circulantes de vitaminas com a idade. Assim, é normal observarem teores séricos de ácido ascórbico muito baixos em pessoas idosas, sem manifestação clínica. Essa diminuição da ascorbemia foi observada em idosos institucionalizados, apesar da ingestão de vitamina C, parecer satisfatória.

As recomendações dietéticas baseadas na idade podem ser falhas. Assim uma alternativa seria a especificação segundo os indivíduos das recomendações para cada nutriente, incluindo para tal fatores como: idade, sexo, doença, uso de drogas, estado bioquímico e nutricional e atividade física.

Efeitos de uma hipervitaminose C têm sido relatados. O mais notável é a diarréia, provavelmente determinada pelo carreamento de grande quantidade de água para o interior do intestino. Podem acontecer ainda, náuseas, vômitos, um aumento da absorção do ferro e um problema potencial do rim e da bexiga, em razão do aumento de suas excreções, porque o ácido ascórbico é parcialmente convertido em ácido oxálico, podendo com isso induzir à litíase oxálica. Deste modo, os pesquisadores recomendam limitar a ingestão a 2g de ácido ascórbico por dia para pessoas com propensão a formar pedras nos rins.

Quanto a sua carência, os primeiros sinais de hipovitaminose C podem iniciar-se durante o primeiro mês de privação, dependendo da taxa de catabolismo. A deficiência grave surge após os níveis séricos terem caído abaixo de 0,2 mg por 100 ml. Na hipovitaminose C, o paciente apresenta anemia, astenia, dificuldade na cicatrização de feridas, baixa resistência às infeções, queratose folicular, levando a hemorragias perifoliculares com equimoses nas zonas de pressão ou irritação. A pele dos membros inferiores apresenta um aspecto que lembra as nervuras da superfície da madeira, que evolui para ulceração cutânea. Hemorragias gengivais, gengivite hiperplásica também estão presentes.

Atualmente, novas visões sobre as funções das vitaminas e seus efeitos sobre a saúde têm sido evidenciadas. Alguns pesquisadores têm sugerido que a suplementação de vitamina pode servir para promover respostas imune, para evitar câncer, doença cardíaca e para retardar a formação de catarata.

Em 2007, no Centro de Pesquisa de Diabetes Yazd, no Irã, foi realizado um estudo que avaliou o efeito de diferentes doses de vitamina C sobre os níveis de glicemia em jejum, triglicerídeos, colesterol total,  lipoproteína  de  baixa  e  alta  densidade,  hemoglobina  glicada  e  insulina  sérica  antes  e  após  o  consumo desta vitamina. Um total de 84 pacientes, homens e mulheres, com diabetes tipo 2, receberam aleatoriamente 500 mg ou  1.000  mg  diários  de  vitamina  C  durante  seis  semanas.  Foi observada uma  diminuição  significativa  na  glicemia,  nos  triglicerídeos,  nas  lipoproteínas  de  baixa  densidade,  na  hemoglobina  glicada  e  na  insulina  sérica  no  grupo  suplementado  com  1.000  mg  de  vitamina  C.  No entanto,  a  dose  de  500  mg  não  produziu  qualquer  alteração  significativa  em  qualquer  dos  parâmetros  estudados. Os resultados indicaram que o consumo diário de 1.000 mg de vitamina C pode ser benéfico para a diminuição da glicose no sangue e lipídios em pacientes com diabetes tipo 2 e assim reduzir o risco de complicações.

De acordo com Bendich & Langseth (1995), a partir de uma revisão da literatura, populações que consomem a longo prazo níveis de vitamina C maiores que os recomendados seja na alimentação e/ou em suplementos, têm reduzido os riscos de vários tipos de cânceres, doenças cardiovasculares e catarata. O ácido ascórbico é o antioxidante mais eficaz no sangue humano e pode ser importante na proteção como oxidante em doenças relatadas de estresse e degeneração.

As principais fontes de ácido ascórbico são: camu-camu, acerola, caju, goiaba, manga, mamão, morango, laranja, limão, tangerina, tomate, folhas e vegetais crus.

Referências bibliográficas

ARANHA, Flávia Queiroga et al. O papel da vitamina C sobre as alterações orgânicas no idoso. Revista de Nutrição [online]. 2000, v. 13, n. 2 [Acessado 27 Outubro 2021] , pp. 89-97.

AFKHAMI-ARDEKANI, M.; SHOJAODDINY-ARDEKANI, A. Effect of vitamin C on blood glucose, serum lipids & serum insulin in type 2 diabetes patients. Indian Journal of Medical Research, New Delhi, v. 126, n. 5, p. 471-474, nov. 2007

BENDICH, A., LANGSETH, L. The health effects of vitamin C supplementation: a reviewAmerican Journal of Clinical Nutrition, Bethesda, v.14, n.2, p.124-136, 1995.

GUILLAND, J.C., LEQUEU, B.As vitaminas do nutriente ao medicamento São Paulo : Santos, 1995. 375p. SANTOS, J. T., KRUTZMANN, M. W., BIERHALS, C. C., & FEKSA, L. R. (2019). Os efeitos da suplementação com vitamina C. Revista Conhecimento Online1, 139–163. https://doi.org/10.25112/rco.v1i0.1187